O medo de um agravamento da crise europeia provocou a alta de mais de 1% do dólar ante o real nesta segunda-feira, para perto do maior nível em um mês e meio.
A moeda terminou o dia a 1,632 real para venda, com alta de 1,05%. No mês, o dólar já acumula valorização de 3,75%.
No mercado internacional, o dólar subia 0,9 por cento em relação a uma cesta das principais moedas, com o euro no menor nível em dois meses, abaixo de 1,40 dólar.
A redução da perspectiva da nota de crédito da Itália, números fracos de atividade na China e na zona do euro e até a ameaça de cancelamentos de voos na Europa por causa de um vulcão na Islândia azedaram o humor dos investidores, que temem pelos próximos meses em meio ao fim do programa de estímulo econômico nos Estados Unidos e à possibilidade de um calote da dívida grega, com repercussões sobre toda a Europa.
"Se ocorrer uma revigoração da crise iniciada em 2008, o Brasil de hoje está muito diferente", afirmou Sidnei Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora, em nota. Segundo ele, ao contrário da crise passada, quando o país aumentou os gastos e conseguiu recuperar rapidamente a economia, as atuais condições de atividade e inflação forçariam o governo dessa vez a "jogar na retranca", com impactos maiores sobre os mercados.
"Esta não é uma boa temporada para continuar especulando com o real", complementou.
Até o momento, os investidores estrangeiros mantinham apostas expressivas na valorização do real. A posição vendida no mercado de dólar futuro e de cupom cambial (DDI) dos não-residentes alcançava 17,4 bilhões de dólares na última sexta-feira, maior nível desde 29 de abril.
Para o estrategista da corretora de um banco nacional, que preferiu não ser identificado, "o que está havendo é uma 'reprecificação' do crescimento global."
"Quando fica esse cenário mais pessimista, a tendência é uma interrupção do fluxo. Não algo extremo, mas uma menor liquidez", acrescentou.
Após denúncia ao STF, aliados de Bolsonaro ampliam mobilização por anistia no Congresso
Bolsonaro tinha esperança de fraude nas urnas, diz Cid na delação; veja vídeo na íntegra
Bolsonaro aposta em Trump para uma “virada de jogo” no Brasil; acompanhe o Sem Rodeios
Motor dá sinal de fervura, mas o presidente quer acelerar
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast