A Avianca contratou a Galeazzi & Associados, consultoria especializada em reestruturação de empresas e conhecida por realizar cortes drásticos de custos, para assessorá-la financeiramente em seu processo de recuperação judicial. A Galeazzi já tem participado da renegociação das dívidas da companhia aérea com credores e nas conversas com eventuais investidores, entre eles o fundo Elliott.
Segundo fontes próximas à Avianca, três investidores estão analisando a possibilidade de realizar um aporte na empresa. O Elliott, do bilionário americano Paul Singer, é conhecido por comprar empresas em dificuldades – chegou a olhar a operadora Oi, por exemplo. Foi também um fundo de Singer que adquirir a dívida da Argentina, em 2002, após o país ter dado calote. Conseguiu, 14 anos depois, receber até 15 vezes o valor investido inicialmente. O jornal O Estado S.Paulo apurou, porém, que as conversas com o Elliott ainda estão em fase inicial.
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Uma injeção de capital daria uma alívio à empresa, que foi a única das aéreas nacionais a não receber aporte nos últimos anos. Em 2018, as companhias do setor sofreram com a alta do dólar e do petróleo, além de queda de demanda em decorrência da greve dos caminhoneiros.
A Galeazzi e a Avianca fecharam contrato pouco antes do ano novo. Desde o início de janeiro, três funcionários da consultoria trabalham na companhia aérea. Segundo fonte próxima ao caso, está sendo analisada qual será a capacidade de pagamento da Avianca após a o processo de redução das operações - a frota diminuirá de 57 para 38 aeronaves.
Em recuperação judicial desde dezembro, a Avianca tem quase R$ 500 milhões em dívidas e está brigando na Justiça para não perder seus aviões. Ela tem até 1.º de fevereiro para apresentar uma proposta de pagamento às empresas que arrendam as aeronaves. Caso não seja fechado nenhum acordo, a Justiça poderá decretar a reintegração de posse dos aviões automaticamente.
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O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), que representa os funcionários que trabalham a bordo das aeronaves da Avianca, convocou os colaboradores da empresa para uma assembleia para a tarde desta quinta-feira (24). A entidade quer saber como a recuperação está afetando os funcionários da Avianca. Como a empresa já anunciou devolução de aeronaves e corte de rotas internacionais, há preocupação quanto à manutenção dos funcionários também na companhia.
Em entrevista ao Valor Econômico, o presidente do SNA, Ondino Dutra Cavalheiro Neto, disse que a entidade estuda negociar propostas como a concessão de licenças não remuneradas, evitando, ao menos por um tempo, demissões. Ainda em dezembro do ano passado, o presidente do conselho da Azul, David Neeleman, disse também ao Valor que estava estudando a possibilidade de comprar a Avianca Brasil.
Procuradas, Avianca e Galeazzi não se pronunciaram. A reportagem não conseguiu contato com o Elliott.
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