A Airbus tentou apresentar seu superjumbo A380 de uma maneira positiva em termos ecológicos, nesta terça-feira (19), alegando que o maior avião de passageiros do mundo poderia "salvar o planeta".
A pressão crescente pela produção de aviões menos poluentes é um dos assuntos mais discutidos no salão de aeronáutica de Paris, diante dos apelos públicos que o setor vem recebendo pela restrição das emissões de gases poluentes. A indústria do transporte aéreo vem rebatendo às críticas com a afirmação de que os jatos estão longe de ser a pior causa de poluição.
A pressão chegou a um pico durante uma reunião da Iata, a associação do setor de transporte aéreo, alguns dias atrás, quando executivos reconheceram estar perdendo a batalha das relações públicas e desafiaram as fabricantes de jatos a procurar soluções mais ecológicas.'Gigante gentil'
Os principais executivos da Airbus começaram a se referir ao A380 como "gigante gentil", na véspera da maior feira aeronáutica do mundo, esta semana, e distribuíram um relatório descrevendo os benefícios da silenciosa e eficiente aeronave de 555 passageiros para o meio ambiente.
Mas o chefe de vendas da Airbus, John Leahy, foi um passo além e deu a um trecho de sua apresentação o título de "salvando o planeta, um A380".
A Airbus alega que o A380 pode transportar mais passageiros, a uma maior distância e com maior eficiência energética do que qualquer modelo de transporte anterior, o que resulta em emissões menores de carbono por passageiro transportado.
Os responsáveis pelo marketing do A380 já haviam criado uma longa lista de superlativos para o modelo, que fez seu vôo inaugural em 2005, mas jamais haviam apresentado com tanta clareza suas ambições ambientais.Problemas
Leahy, norte-americano a quem foi atribuído o crédito por ter levado a Airbus a superar a Boeing em termos de vendas, antes dos problemas que o grupo europeu sofreu no ano passado, é renomado pela fluência de sua conversa de vendas, mas nem ele foi capaz de resolver os problemas que prejudicaram o A380 até o momento.
O programa tem atraso de dois anos, devido a dificuldades indiretamente atribuídas a tensões entre os lados alemão e francês da empresa, e o primeiro avião só chegará a um cliente, a Singapore Airlines, em dezembro.
Um analista britânico do setor de defesa notou que a maior contribuição do A380 para o meio ambiente até agora foi que o superjumbo permaneceu no hangar da Airbus com os seus motores desligados.
Em seu site, a Airbus afirma que o A380 queima 17 por cento menos combustível por assento do que outros aviões de grande porte e que produz apenas 75 gramas de CO2 por passageiro/quilômetro, o que segundo a empresa é quase metade da meta da União Européia para veículos produzidos a partir de 2008.
O rascunho de um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) de abril citou o setor de transportes como um inimigo do meio ambiente, afirmando que o aumento do uso de carros e de aviões ampliará a emissão de gases poluentes nas próximas décadas.
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