O Paraná gerou 7.258 novas vagas de trabalho com carteira assinada em agosto, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego. O resultado é o quarto melhor do país – atrás de São Paulo, Minas Gerais e Pará – mas a variação (0,39% ante julho) é inferior à média nacional, que foi de 0,48%. Ainda assim, a notícia é mais animadora do que a da semana passada, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística anunciou a eliminação de 1,1% das vagas do setor industrial paranaense em julho.

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Em agosto, quem mais empregou foi a indústria de alimentos e bebidas, com destaque para o segmento de abate de aves –onde foram criadas 2,3 mil vagas – e parece ter se recuperado da crise causada pela gripe aviária na Ásia. Segue o refino de açúcar, com 2 mil novos postos. Para o segundo semestre, é esperado um aquecimento na venda de carne bovina, pois devem ser suspensos os embargos de compradores internos e externos importantes ao produto, após o anúncio da contaminação do rebanho por febre aftosa. "Em outubro teremos uma reunião internacional e esperamos que o estado seja declarado área livre novamente", diz o presidente do Sindicarne, Péricles Salazar.

A agricultura também mostra um início de recuperação nas contratações, com destaque para o plantio de café, cana, soja, florestas e criação de boi. "Os serviços agropecuários também estão contratando neste momento", lembra a coordenadora do Ministério, Paula Montagner. Atividades como aplicação de vacinas empregaram mil pessoas em agosto. É uma boa notícia para um setor em que a crise causou a perda de 1,3 mil vagas entre julho de 2005 e julho de 2006. Em todo o país, a agricultura eliminou 13.727 vagas em agosto devido a entressafras.

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No Paraná, outros fortes criadores de vagas foram os serviços gerais (limpeza, secretaria, vigilância etc.), o comércio varejista e hotéis e restaurantes. No entanto, a crescente abertura de estabelecimentos no mercado curitibano recebe um alerta do presidente do Sindotel, Emerson Jabur. "A demanda do mercado foi superestimada e houve um excesso de investimentos e contratações. Por isso, a partir de janeiro podem ocorrer demissões."

Para a Delegacia Regional do Trabalho o subsetor mais promissor no momento é a construção civil, que criou até julho o dobro dos empregos de 2005: 5,6 mil. "Isso reflete o aumento do crédito ao consumidor, que também aquece os serviços imobiliários", diz o delegado Geraldo Serathiuk.

As vagas acumuladas no ano somam 84.164, um crescimento de 4,75%. Nos últimos 12 meses, a variação foi menor, de 3,75%, com a criação de 67 mil novas vagas.

Quem mais demitiu no ano foram o setor de madeira e mobiliário – fruto da crise que o setor exportador enfrenta com o baixo câmbio. Nos últimos 12 meses, este segmento eliminou 4% de seus trabalhadores.

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