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O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), acusado pela Procuradoria-Geral da República de envolvimento no chamado "Valerioduto" mineiro - com suposto desvio de recursos de empresas estatais - e de lavagem de dinheiro, afirmou na manhã desta quinta-feira (5) que o ministro Joaquim Barbosa, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), incluiu no processo "um recibo falso" no valor de R$ 4,5 milhões. Azeredo afirmou também que não autorizou nenhum dos patrocínios mencionados na denúncia contra ele.

Em relação à acusação de desvio de dinheiro, Barbosa votou na quarta-feira (4) pela abertura de processo contra Azeredo por peculato. Nesta quinta-feira (5), o ministro-relator conclui a apresentação de seu voto e se pronuncia sobre a denúncia do senador por lavagem de dinheiro. O suposto desvio de recursos, em 1998, teria servido para financiar a campanha em que Azeredo tentou se reeleger governador de Minas Gerais.

"Esse recibo nunca foi assinado por mim. É um recibo falso, com erros grosseiros. É inacreditável que o ministro traga isso como prova", declarou Azeredo, em rápida entrevista coletiva, na Comissão de Relações Exteriores do Senado. O recibo cuja assinatura é atribuída a Azeredo, que teria recebido R$ 4,5 milhões, é da SMPB e da DNA Propaganda, empresas do publicitário Marcos Valério, acusado de ser o principal fornecedor de recursos para outro esquema de corrupção: o chamado mensalão, no governo Lula. O Valerioduto mineiro teria sido um esquema de tomada de empréstimos bancários para serem pagos com recursos desviados de estatais.

O senador do PSDB disse que, no início de 2007, entrou com uma ação na Polícia Civil de Minas Gerais contra Antonio Nilton Monteiro, o qual, segundo Azeredo, é um lobista ligado ao PT que teria forjado o recibo. Barbosa afirma que existem documentos, laudos e depoimentos que comprovam as denúncias.

O parlamentar disse ainda que somente no ano passado ficou sabendo de um patrocínio do BMGE para o evento esportivo "Iron Bike", realizado em Minas Gerais. O tucano alegou ainda que existem apenas duas ligações suas para publicitário Marcos Valério em cinco anos, e isso demonstraria que não mantinha relações estreitas com ele. Evitou mencionar os assuntos dos dois telefonemas.

Azeredo afirmou que considera "estranha" a postura adotada em relação ao seu caso pelo do STF, uma vez que o mesmo tribunal não incluiu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre os acusados no caso do mensalão e aceitou a alegação do presidente de que não tinha conhecimento do esquema.

Ao mencionar, na Comissão de Relações Exteriores, as acusações que tramitam contra ele no STF, Azeredo recebeu a solidariedade dos senadores presentes, inclusive do petista Eduardo Suplicy (SP). O senador do PSDB afirmou que, seja qual for a decisão do STF, na sessão de hoje, vai acatá-la.

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