O economista Rodrigo Azevedo deixará a diretoria de Política Monetária do Banco Central, a segunda alteração importante no comando da instituição em pouco mais de um mês. No início de março, Afonso Bevilaqua anunciou sua saída da diretoria de Política Econômica.
Para ocupar a vaga, o presidente do BC, Henrique Meirelles, indicou o economista Mario Gomes Torós, que trabalha atualmente como gestor do Thassos Fundo de Investimento Multimercado e foi vice-presidente do Santander Banespa até julho de 2006.
"O diretor Rodrigo Azevedo está deixando a diretoria de Política Monetária por motivos pessoais, em função do seu interesse em retornar à iniciativa privada após ter contribuído para o Banco Central desde julho de 2004", informou o BC em comunicado divulgado nesta quarta-feira.
Durante o anúncio da troca da diretoria de Política Monetária do Banco Central, o presidente da instituição Henrique Meirelles, confirmou todos os demais diretores no cargo e afirmou que a fase de transição para o segundo mandato do presidente Lula está encerrada. Meirelles afirmou ainda que o Banco Central deverá manter sua linha de atuação para os próximos anos.
- Não haverá mudanças na política cambial. A política cambial não é do diretor. A política é definida pelo Banco Central, seguindo uma orientação do governo.
Rodrigo Azevedo, afirmou que tomou decisão por motivos pessoais e avaliou que a política implementada nestes anos pelo BC, inclusive na área cambial, foi muito bem sucedida. Azevedo não sabe ainda se participará da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 17 e 18 de abril, que vai definir a nova taxa básica de juros da economia, a Selic.
Meirelles afirmou ainda que esta troca é normal e saudável para o Banco Central, rebatendo afirmações de que há muita rotatividade no Banco Central.
- Cada diretor fica no banco em média três anos. Está dentro da média mundial.
Meirelles disse também que aguardará o trâmite da indicação de Mario Torós para o cargo de diretor de Política Monetária para definir quando Azevedo deixará efetivamente o Banco Central. O nome de Torós será encaminhado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O economista terá ainda que ser sabatinado no Senado Federal. A indicação de todos os diretores do BC precisa ser aprovada pelo Senado.