A companhia aérea Azul avalia iniciar voos internacionais para a região do Mercosul entre o final de 2012 e início de 2013, em uma futura ampliação de sua atuação num momento em que altera seu foco para rentabilidade, afirmou nesta quarta-feira (14) o vice-presidente de planejamento da empresa, Trey Urbahn. A empresa, atualmente terceira maior companhia aérea do Brasil em participação de mercado e encerrando o terceiro ano de existência, deve começar sua operação internacional com um primeiro voo regular para Punta del Leste, no Uruguai, afirmou o executivo. Ele citou ainda como interesse da Azul cidades menores da Argentina como Córdoba, Mendoza e Bariloche, além de Montevidéu, no também no Uruguai. "Buenos Aires já está muito bem servido (por outras empresas), então estamos avaliando cidades secundárias da Argentina", disse Urbahn. Apesar da Azul já ter possibilidade de começar a operar voos no Mercosul, o executivo afirmou que a empresa ainda não tem um número de aeronaves suficiente. Segundo ele, para ter uma "presença mais forte (nos voos internacionais) precisamos de pelo menos 4 aeronaves." Para 2012, a Azul vai ampliar sua frota em 8 a 10 jatos da Embraer e 9 a 10 aviões turboélice da francesa ATR, disse o executivo a jornalistas. A frota atual da Azul é formada atualmente por 49 aviões, dos quais 38 jatos e 11 ATRs. Segundo Urbahn, a operação internacional pode se dar a partir de Porto Alegre, de modo a facilitar o alcance dos jatos da Embraer, mas "(o aeroporto de) Viracopos, em Campinas (SP), pode servir muitas cidades do Mercosul". O executivo comentou que a Azul tem interesse em operar aviões maiores, como o Airbus A320, mas para a empresa ter eficiência precisaria de uma frota de pelo menos 10 aviões do modelo. O uso de jatos maiores se adequaria mais para rotas mais longas, como Viracopos - Salvador ou Santos Dumont (RJ) - Viracopos. "Hoje operamos com seis voos para Salvador, não precisaríamos de tantas frequências com uma aeronave maior." Apesar disso, ele não comentou quando a Azul poderia fazer uma encomenda junto à Airbus ou à Boeing. Em novembro, o fundador da companhia aérea David Neeleman, afirmou que a Azul poderá ter aviões maiores, mas apenas depois de 2015 . Urbahn comentou que parte dos novos aviões que a Azul receberá em 2012 servirão para reforçar seus serviços no Sul do país, com mais frequências, e que a companhia não "está mais tão dependente de preço e de tirar gente das grandes cidades. Estamos focados em rentabilidade". Diante disso, e dos custos ainda elevados de combustível, a companhia estima um cenário propício em 2012 para recuperação de preços de passagens no Brasil. A avaliação da empresa é que a oferta de assentos no ano que vem pela indústria vai crescer ligeiros 4 a 5 por cento, enquanto o aumento da demanda "talvez não seja maior que (a média de) quatro vezes o PIB". "Achamos que o ambiente para o ano que vem está muito bom. Gol e TAM não estão aumentando muito a oferta. Temos mais racionalidade agora", disse Urbahn em referência aos preços de passagens aéreas para o próximo ano
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