A rede global de alianças de companhias aéreas Star Alliance trabalha para reconstruir sua presença no Brasil neste ano. Além da Avianca, que vai em breve inaugurar sua parceria com a rede, a Star Alliance negocia a entrada da Azul.
A partir do início de agosto, os passageiros da Avianca Brasil poderão acumular créditos para voar nas quase 30 companhias parceiras da Star Alliance. A entrada do novo membro na rede foi aprovada nesta quarta-feira (24) pelos presidentes das empresas parceiras durante uma reunião na Polônia.
A chegada de duas novas empresas brasileiras na Star Alliance visa reocupar o espaço deixado pela TAM, que saiu da aliança no ano passado para entrar na concorrente Oneworld, devido à sociedade com a LAN, na consolidação da LATAM há cerca de dois anos.
A colocação do grupo Latam em uma única rede fora determinada pelo órgão regulador chileno.
O presidente da Star Alliance, Mark Schwab, disse à reportagem que carece de abrangência no Brasil.
“A Avianca é uma ótima companhia, mas não atende todas as cidades que precisamos no nosso mapa. Acreditamos que a combinação de duas nos daria uma cobertura completa. Quando você olha as redes das duas companhias, elas são complementares. Juntas, dão uma bela cobertura do país”, diz.
Para Schwab, o Brasil é um dos alvos de maior importância devido às proporções de seu tráfego doméstico. Dentre os maiores mercados da rede, o país é o único que tem negociações em curso para a entrada de novos membros.
A assinatura de um contrato definitivo com a Azul, no entanto, não aconteceria no curto prazo, pois “a liderança da companhia está muito ocupada neste momento”, disse Schwab, em referência à compra da portuguesa TAP pelo consórcio do qual faz parte o dono da Azul, David Neeleman.
“As discussões com eles continuam. Nós sabemos que estão muito ocupados neste momento. Mas ainda vai levar um tempo. Esse tipo de negociação costuma levar um ano, no mínimo. Com a Avianca foram 18 meses”, diz.
O processo envolveu o ajuste de etapas jurídicas e administrativas, segundo José Efromovich, presidente da Avianca Brasil.
“Tem uma lição de casa para fazer. Demorou cinco meses só para concluirmos 64 itens, desde a padronização no processo de atendimento do check-in às linhas para os membros de cartão, etiquetas de bagagem, sistemas de atendimento. Toda a plataforma precisa ter interface com as 27 companhias, para que alguém que esteja voando entre São Paulo e Rio possa pontuar milhas na Singapore Airlines, se quiser”, diz Efromovich.
O processo mais prolongado de adaptação foi a tecnologia de informação.
“Não entramos antes porque nós tínhamos um sistema doméstico que não nos permitia linkar com o mundo. Tivemos uma primeira etapa que durou mais de um ano e meio para a implementação do Amadeus, que é um sistema para aviação. Nós completamos isso em abril do ano passado e só a partir daí pudemos começar a conversar com o pessoal da Star Alliance.”