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Eike Batista na festa que marcou o extração do primeiro óleo da OGX, em abril | Ricardo Moraes/Reuters
Eike Batista na festa que marcou o extração do primeiro óleo da OGX, em abril| Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Investidores frustrados com dados de produção da OGX, companhia de petróleo do bilionário Eike Batista, derrubaram a ação da empresa em 25,3% ontem e levantaram novas dúvidas sobre o potencial do setor de óleo e gás brasileiro. Na noite de terça, a OGX divulgou que a vazão de óleo nos primeiros poços perfurados pela empresa em um campo na bacia de Campos é de 5 mil barris de óleo equivalente (boe) por dia, apenas um terço do que o mercado esperava.

Há sinais de que o otimismo de investidores com o setor de óleo e gás no Brasil está se esgotando após o impulso com a descoberta do pré-sal alguns anos atrás. A HRT, que explora blocos na bacia do Solimões, na Amazônia, teve suas ações penalizadas pela falta de descoberta de óleo. No lugar do petróleo, a companhia encontrou grandes quantidades de gás com extração economicamente inviável devido à distância dos centros consumidores. A ação da HRT acumula perda de 47% no ano.

A Petrobras não cumpre suas metas de produção desde 2003. O novo plano de negócios da companhia prevê pro­­dução de 4,2 milhões de barris/dia em 2020, cerca de 700 mil barris diários a menos que a estimativa anterior.

A OGX deu início à produção do seu primeiro óleo, em Waimea, agora batizado Tubarão Azul, em 31 de janeiro. No início dos testes, a produção teve diferentes níveis de vazão, entre 10 mil e 18 mil barris/dia, mas todas muito acima do nível de 5 mil barris por dia. A empresa chegou a prometer uma produção entre 40 mil e 50 mil barris diários ainda em 2012, mas adiou essa meta para o segundo trimestre de 2013.

Baixo desempenho

"Acreditamos que o baixo nível de produção em relação às expectativas coloca em dúvida todas as premissas por trás de todo o programa de crescimento da OGX", escreveu a equipe de análise do Bank of America Merrill Lynch em relatório. "Vemos isso como um grande desapontamento que provavelmente terá um longo efeito sobre as avaliações feitas sobre a OGX." A instituição cortou o preço-alvo para a ação da OGX de R$ 19,50 para R$ 7,30 e reduziu a recomendação de "neutra" para "underperform", esperando um desempenho abaixo da média do mercado. As ações fecharam ontem a R$ 6,25.

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