A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,944 bilhões em setembro, melhor marca para o mês em quatro anos, consolidando uma das poucas frentes em que o país tem registrado dados positivos.
O resultado veio acima da expectativa de US$ 2,4 bilhões apontada em pesquisa Reuters com economistas, ajudando o superávit no acumulado do ano a alcançar US$ 10,246 bilhões, o mais alto para o acumulado de janeiro a setembro desde 2012, quando foi de US$ 15,695 bilhões.
O desempenho, contudo, segue refletindo a deterioração econômica, já que as importações vêm caindo mais que as exportações em meio à fraqueza na atividade e valorização do dólar frente ao real.
Em setembro, a queda nas importações foi de 32,7% sobre um ano antes pela média diária, a US$ 13,204 bilhões, ao passo que o recuo nas exportações na mesma base foi de 13,8%, a US$ 16,148 bilhões.
Com isso, o saldo positivo para setembro foi o mais forte desde 2011, quando somou US$ 3,074 bilhões.
Previsão para o ano
Nesta quinta-feira (1), o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, estimou que o superávit no ano chegará a cerca de US$ 15 bilhões, melhorando a projeção sobre leitura anterior de até US$ 12 bilhões.
A balança comercial no azul vem diminuindo o déficit brasileiro em conta corrente, apesar da vertiginosa queda no preço de importantes commodities para a pauta comercial brasileira continuar ofuscando o aumento dos volumes exportados.
Foi o que aconteceu em setembro com o minério de ferro e o farelo de soja, que viram os embarques em dólares caírem 40,4% e 23,7%, respectivamente, na comparação com igual mês do ano passado.
A exportação de produtos básicos, em geral, sofreu recuo de 19,6% no mês sobre um ano antes, enquanto semimanufaturados tiveram queda de 12,2% e manufaturados, declínio de 4,6%.
Na ponta das importações, houve retração em setembro em todas as categorias, sendo de 61,9% em combustíveis e lubrificantes, de 27,4% em bens de capital, de 26% em matérias-primas e intermediários e de 23,4% em bens de consumo.