A balança comercial brasileira registrou em 2012 o pior resultado anual desde 2002, por causa da queda das exportações, que foram prejudicadas pelo recuo nos preços do minério de ferro e pela retração nos mercados consumidores, informou ontem o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O superávit comercial exportações menos importações recuou 34,8% em 2012 ante o ano anterior, para US$ 19,438 bilhões.
As exportações recuaram no ano 5,3% em 2012 para US$ 242,580 bilhões. Esta foi a primeira queda das exportações anuais desde 2009. As importações, que somaram US$ 223,142 bilhões, também caíram, mas menos, 1,4% sobre 2011.
A expectativa é que em 2013 as exportações sejam beneficiadas pela recuperação dos Estados Unidos, crescimento maior da China e a recuperação dos preços do minério de ferro, disse a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, nesta quarta-feira.
Previsões
O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto Castro, afirmou que a perspectiva de melhora da economia mundial somente em 2014, sobretudo para a zona do euro, deverá provocar uma queda do superávit das exportações sobre as importações do país de US$ 19,438 bilhões em 2012 para US$ 14 bilhões em 2013.
"A Europa é responsável por 35% da corrente comercial do mundo. E o cenário para o continente é ruim para este ano, com aumento do desemprego e redução da quantidade dos produtos internacionais, o que inclusive poderá reduzir cotações de produtos que vendemos para fora", comentou. Ele acredita que neste ano as exportações deverão cair 1%, baixando de US$ 242,58 bilhões para US$ 239 bilhões. Quanto às importações, Castro estima uma alta de 0,4%, de US$ 223,14 bilhões no ano passado para US$ 225 bilhões. "Mas dependendo das compras de petróleo pela Petrobras, esse volume de importações poderá ser um pouco maior", disse.
Castro, por exemplo, estima que o preço médio da tonelada do minério de ferro pelo parâmetro FOB Brasil, deve baixar de US$ 95 em 2012 para US$ 93 neste ano. Ele acredita que isso deverá ocorrer por vários fatores, entre eles a desaceleração do crescimento da China.