Argentina tem papel decisivo na derrubada das exportações
Folhapress
A queda de 20,7% das exportações brasileiras para a Argentina foi uma das principais responsáveis pelo pior superávit comercial anual do Brasil em dez anos. As importações de produtos brasileiros pela Argentina caíram 20,7%. O recuo foi mais agudo até do que o das vendas para a União Europeia (-7,7%), que vive grave crise econômica. Para o governo, a piora desses dois mercados, a queda dos preços praticados no exterior e o aumento das barreiras comerciais em diversos países foram os fatores que levaram à queda na balança comercial.
A queda no superávit foi de 34,9% em relação aos US$ 29,7 bilhões registrados em 2011. A participação da Argentina nas exportações brasileiras recuou de 8,9% em 2011 para 7,4% em 2012. A da União Europeia, de 20,7% para 20,1%.
Como a situação permanece delicada no país vizinho, que vem aumentando o uso de barreiras comerciais e mantendo restrições, como no mercado de câmbio, o governo brasileiro acredita que ainda é "incerta" a retomada das compras pelo país neste ano.
A balança comercial brasileira registrou em 2012 o pior resultado anual desde 2002, por causa da queda das exportações, que foram prejudicadas pelo recuo nos preços do minério de ferro e pela retração nos mercados consumidores, informou ontem o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O superávit comercial exportações menos importações recuou 34,8% em 2012 ante o ano anterior, para US$ 19,438 bilhões.
As exportações recuaram no ano 5,3% em 2012 para US$ 242,580 bilhões. Esta foi a primeira queda das exportações anuais desde 2009. As importações, que somaram US$ 223,142 bilhões, também caíram, mas menos, 1,4% sobre 2011.
A expectativa é que em 2013 as exportações sejam beneficiadas pela recuperação dos Estados Unidos, crescimento maior da China e a recuperação dos preços do minério de ferro, disse a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, nesta quarta-feira.
Previsões
O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto Castro, afirmou que a perspectiva de melhora da economia mundial somente em 2014, sobretudo para a zona do euro, deverá provocar uma queda do superávit das exportações sobre as importações do país de US$ 19,438 bilhões em 2012 para US$ 14 bilhões em 2013.
"A Europa é responsável por 35% da corrente comercial do mundo. E o cenário para o continente é ruim para este ano, com aumento do desemprego e redução da quantidade dos produtos internacionais, o que inclusive poderá reduzir cotações de produtos que vendemos para fora", comentou. Ele acredita que neste ano as exportações deverão cair 1%, baixando de US$ 242,58 bilhões para US$ 239 bilhões. Quanto às importações, Castro estima uma alta de 0,4%, de US$ 223,14 bilhões no ano passado para US$ 225 bilhões. "Mas dependendo das compras de petróleo pela Petrobras, esse volume de importações poderá ser um pouco maior", disse.
Castro, por exemplo, estima que o preço médio da tonelada do minério de ferro pelo parâmetro FOB Brasil, deve baixar de US$ 95 em 2012 para US$ 93 neste ano. Ele acredita que isso deverá ocorrer por vários fatores, entre eles a desaceleração do crescimento da China.
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