A balança comercial brasileira registrou em julho um superávit de US$ 2,379 bilhões. No mês passado, as vendas ao exterior somaram US$ 18,526 bilhões e as compras de outros países totalizaram US$ 16,147 bilhões. O resultado é o maior desde 2012, quando atingiu US$ 2,863 bilhões. Em julho do ano passado, a balança teve um superávit de US$ 1,563 bilhão.
INFOGRÁFICO: confira o resultado da balança comercial de janeiro a julho deste ano
Com isso, a balança nos primeiros sete meses de 2015 acumula superávit de US$ 4,599 bilhões. As exportações somaram US$ 112,854 bilhões de janeiro a julho e as importações totalizaram US$ 108,255 bilhões. No ano passado, o período registrou um déficit de US$ 952 milhões.
O saldo positivo em julho ficou dentro das expectativas de mercado, que apontavam para um saldo positivo de US$ 250 milhões a US$ 2,600 bilhões, de acordo com levantamento do AE Projeções com 16 instituições. Com base na análise descritiva do intervalo coletado, a mediana calculada atingiu US$ 2,300 bilhões, próximo do resultado anunciado.
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Leia a matéria completaEfeito dólar
Enquanto a demanda por importações segue impactada pela derrocada da economia e encarecimento do dólar, as exportações sofrem com a diminuição no preço de importantes commodities da pauta comercial brasileira, como petróleo e minério de ferro e soja, movimento que ofusca o aumento do volume de exportação desses mesmos produtos.
No mês passado, houve forte diminuição nas receitas com exportações de petróleo em bruto, minério de ferro, carne bovina, café em grão, ferro fundido, entre outros itens.
Já as importações foram afetadas pela diminuição das compras em todas as categorias de produtos, com destaque para o grande recuo de 60,9% nas aquisições no exterior de combustíveis e de 17,6% nas compras de matérias-primas.
Previsão
O ministro do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, afirmou esperar que o superávit em 2015 fique entre US$ 8 bilhões e US$ 10 bilhões, superior à faixa projetada anteriormente de US$ 5 bilhões a US$ 8 bilhões.
A balança comercial também tem ajudado a reduzir o déficit em transações correntes do país. No primeiro semestre deste ano, o rombo ficou em US$ 38,282 bilhões, quase 25% inferior ao déficit de US$ 49,972 bilhões no mesmo período de 2014.
País exporta 15,5% a menos do que no ano passado
Os resultados do comércio exterior anunciados pelo governo nesta segunda-feira (3) mostram a dura realidade vivida pelo setor produtivo brasileiro.
A balança comercial brasileira voltou a registrar superávit neste ano, com exportações e importações nos menores níveis desde 2010. É o quarto ano consecutivo em que há queda nas vendas de janeiro a julho. O tombo, contudo, não havia sido tão grande quanto o visto neste ano.
O país exportou nos sete primeiros meses 15,5% a menos do que no mesmo período do ano passado.
De 2012 a 2014, a redução nos embarques variou de 1,2% a 2,2% de janeiro a julho – sempre ante igual período do ano anterior.
O estrago nas vendas ao exterior só não é maior do que o ocorrido nos primeiros sete meses de 2009, quando o Brasil sofrera os efeitos da crise financeira internacional, segundo a série divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que tem início em 1995. Na ocasião, as exportações caíram 24,3%.
Negociações
Sem espaço no orçamento para ampliar incentivos fiscais à exportação, o governo tenta acelerar as negociações de acordos comerciais como forma de dar fôlego aos produtores.
Até agora, o governo Dilma Rousseff vem falhando nessa frente. Desde 2010, último ano de Lula no poder, o país não vê um novo acordo que envolva tarifas entrar em vigor.
Os acertos deste tipo têm de ser feitos por meio do Mercosul. Veja quais são as principais frentes de negociação do Brasil neste momento:
União Europeia
As conversas para a criação de uma área de livre comércio começaram em 1999, mas foram interrompidas cinco anos depois sem que houvesse entendimento sobre as bases de um acordo. Em 2012, os dois blocos voltaram a sinalizar interesse em marcar uma data para a troca de ofertas, o primeiro passo para se negociar o formato do acordo bi-regional. A promessa agora é que isso ocorra até o fim de 2015.
Tunísia e Líbano
No fim do ano passado, o Mercosul firmou memorandos de entendimento com os dois países para iniciar as conversas sobre quais produtos poderão ser incluídos num acordo comercial.
EFTA (Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça)
O Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio decidiram iniciar neste ano um “diálogo exploratório” para analisar a viabilidade de um acordo comercial. O bloco europeu é formado por Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça.
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