Governo lança incentivos para as exportações
Com a participação cada vez menor dos produtos manufaturados nas exportações brasileiras fato realçado ontem após a divulgação dos números da balança comercial de 2011 , o governo prepara um pacote para incentivar a venda de itens industrializados no exterior. Os estudos tiveram início há duas semanas e envolvem a participação de vários ministérios.
O anúncio das novas medidas deve ocorrer até o fim de março. Com a promessa de um pacote, o governo espera bons resultados no volume das exportações em 2012.
Em 2011, as exportações bateram recorde: somaram US$ 256 bilhões. Mas ficaram levemente abaixo da meta do governo, que era de US$ 257 bilhões.
O crédito para o exportador deverá ser o núcleo do pacote que será lançado, pois o governo está ciente de que as linhas de financiamento estão cada vez mais escassas e caras, graças ao cenário atual, que conta com uma economia mundial desaquecida e de acirramento da competição entre empresas e países em busca de mercados.
"O crédito é um dos pontos fracos do mercado. Obviamente, trabalhar com crédito é importante", avaliou o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira. Em setembro, a presidente Dilma Rousseff lançou o Reintegra, um programa de estímulo às exportações, que virou lei apenas no mês passado.
São Paulo - O resultado surpreendente da balança comercial tanto em dezembro quanto no acumulado de 2011 leva a crer que em 2012 o saldo deve voltar a ser expressivo, na opinião do economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria Integrada. Preliminarmente, ele prevê que o saldo comercial deverá encerrar este ano em US$ 25 bilhões.
Ontem, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) informou que a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 29,790 bilhões em 2011 (47,8% maior que em 2010) e ficou positiva em US$ 3,817 bilhões em dezembro. As exportações totalizaram no ano passado recorde de US$ 256,04 bilhões, um crescimento de 26,8% na comparação com 2010. Já as importações tiveram alta de 24,5%, registrando US$ 226,25 bilhões, também o maior número da história. A corrente de comércio, pela primeira vez na história, ultrapassou os US$ 300 bilhões, atingindo US$ 482,29 bilhões.
"É um resultado importante. Mostra que, mesmo com a piora da crise internacional nos últimos meses, o saldo comercial continuou sólido. Cria a percepção de que neste ano o país terá um novo resultado bom, considerando que não haja nenhuma ruptura externa. Se isso acontecer, é claro que as coisas mudam", avaliou Campos Neto. Comercializados especialmente com a China, o minério de ferro e de soja são os produtos campeões da pauta de exportação.
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