Pelo sétimo mês consecutivo, a balança comercial brasileira registrou superávit. O saldo positivo ficou em US$ 2,9 bilhões no mês passado, o melhor resultado para o período desde 2011. Com isso, o saldo acumulado neste ano alcançou US$ 10,2 bilhões. No mesmo período do ano passado, a balança operava com um déficit de US$ 742 milhões. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (1º) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O saldo de setembro foi resultado de exportações de US$ 16,148 bilhões e importações de US$ 13,204 bilhões.
O número positivo do ano foi fortemente influenciado pelo resultado da conta petróleo, que teve seu déficit reduzido em US$ 9,3 bilhões de janeiro a setembro, comparado com o mesmo período de 2014. O saldo negativo da conta foi de US$ 12,9 bilhões em 2014 para US$ 3,6 bilhões em 2015. “Já era esperada essa contribuição da conta petróleo para o saldo da balança”, disse o diretor de Estatística e Apoio à Exportação do MDIC, Herlon Brandão.
Ele explicou que nos nove primeiros meses deste ano houve um grande aumento na quantidade de produtos exportados pelo país (7,2%), mas ao mesmo tempo houve uma queda expressiva (-21,6%) nos preços dos itens embarcados.
Em setembro, as exportações brasileiras registraram média diária de US$ 769 milhões, uma queda de 13,8% em relação ao mesmo mês do ano passado. Já as importações registraram média diária de US$ 628 milhões, com retração de 32,7%.
De acordo com Brandão, o desaquecimento da economia neste ano é o principal responsável pela forte queda nas importações do país, o que impactou positivamente no resultado da balança comercial. Segundo o diretor, ainda é cedo para definir de forma clara qual o impacto da alta do dólar no comércio exterior, mas ressaltou que a variação do câmbio observada nos últimos meses encarece a importação. “A tendência é diminuir”, disse.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, estima que a balança comercial fechará o ano com um superávit de US$ 15 bilhões e acima de US$ 25 bilhões em 2016. “Eu falava em US$ 12 bilhões de saldo até pouco tempo, mas temos chances de fechar o ano com US$ 15 bilhões de saldo favorável. É um resultado fantástico”, disse. No ano passado, o Brasil fechou com um saldo comercial negativo de cerca de US$ 4,5 bilhões.
Parceiro chinês
Além disso, em setembro teve o primeiro crescimento mensal de exportações para a China em 2015. No mês, houve alta de 22% nas exportações para os chineses, na comparação com setembro de 2014. Grande parte da alta foi motivada pelo embarque de uma plataforma de petróleo no valor de US$ 394 milhões. Sem esse produto, o crescimento teria sido mais modesto, de 3,7%.