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Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quarta-feira (23) pelo Ministério da Economia, apontam que o país teve saldo positivo de 414.556 postos de trabalho em novembro. Segundo o cadastro do governo, foram 1.532.189 admissões registradas em novembro, frente a 1.117.633 desligamentos.
O número é o melhor registrado desde que o Caged passou por uma mudança de metodologia, em janeiro de 2020. O recorde anterior era de outubro, quando o país teve abertura de 394.534 vagas de emprego formal. Segundo o Ministério da Economia, o resultado foi puxado pela abertura de vagas temporárias, por conta do Natal.
O estoque de emprego formal – isto é, a quantidade total de vínculos celetistas ativos – somou 39.036.648 postos, variação de 1,07% em relação a outubro.
Considerando o período entre janeiro e novembro, o saldo no setor formal foi de 227.025 vagas. Nesse intervalo, foram registradas 13.840.653 admissões, contra 13.613.628 desligamentos.
A previsão inicial era de que os dados do Caged de novembro fossem divulgados somente no dia 28, mas a pasta decidiu antecipar a apresentação "em razão das festividades de fim de ano".
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, durante a apresentação dos dados, que os resultados "confirmam que o Brasil está crescendo em 'V', o que muita gente acreditava que não ia acontecer".
"No ano que vem, a nossa esperança e o nosso trabalho será a vacinação em massa, para garantir a retomada segura ao trabalho e o crescimento econômico brasileiro", completou o ministro.
Serviços e Comércio puxam abertura de vagas em novembro, mas têm acumulado negativo
Considerando os diferentes setores da economia, o maior saldo foi registrado no de Serviços, que teve abertura de 179.261 vagas em novembro. Comércio e reparação de veículos automotores, por sua vez, apresentou saldo positivo de 179.077. Indústria e Construção, por sua vez, tiveram criação de 51.457 e 20.724 vagas, respectivamente.
Já na Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura houve retração, com fechamento de 15.353 postos de trabalho. De acordo com Bruno Bianco Leal, secretário especial de Previdência e Trabalho, o fechamento de vagas se deve a questões sazonais do setor.
No acumulado de janeiro a novembro, porém, os setores de Comércio e Serviços foram os únicos que estão com saldo negativo (fechamento de 53.835 e 98.348 vagas, respectivamente). Já Construção, Indústria e Agropecuária registraram saldo positivo, com criação de 157.881, 137.483 e 85.587 vagas, cada.
No que diz respeito às regiões do país, os maiores saldos estão no Sudeste (215.059 postos abertos) e no Sul 92.610 novas vagas). O Nordeste aparece na sequência, com 71.879 vagas criadas. No Centro-Oeste foram 19.421 e, no Norte, 16.187. O fechamento de 600 postos ocorreu em região não identificada.
Os maiores saldos foram registrados em São Paulo (com criação de 138.441 postos), Santa Catarina (+ 33.004 vagas) e Minas Gerais (+ 32.894). Os menores aparecem no Amapá (272 vagas criadas), no Acre (+ 787) e no Tocantins (+ 1.110).
O salário médio de admissão, segundo os dados do Caged, foi de R$ 1.684,35 em novembro, frente a R$ 1.707,99 em outubro. Segundo o Ministério da Economia, a redução é normal, por conta da volta dos trabalhadores ao mercado.
Desemprego atinge recorde em novembro, aponta IBGE
Apesar dos números positivos no mercado formal, o cenário de emprego no Brasil segue preocupante. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também nesta quarta (23) apontam para 14 milhões de pessoas desempregadas no Brasil. O número é 2% superior ao de outubro, quando eram 13,8 milhões nessa condição.
Com isso, a taxa de desemprego atingiu 14,2% em novembro. Os dados são da PNAD Covid-19, realizada pelo IBGE desde o início da pandemia do novo coronavírus.