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Balanços ajudam a entender os preços

Máquinas da Companhia Providência: operando nos níveis de antes da crise econômica | Giuliano Gomes/Gazeta do Povo
Máquinas da Companhia Providência: operando nos níveis de antes da crise econômica (Foto: Giuliano Gomes/Gazeta do Povo)

No pregão da quinta-feira, dia 5, as ações da companhia paranaense Providência subiram 6,78%. No mesmo dia, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, elevou-se em 1,41%. Como se diz por aí, os papéis da Providência – maior fabricante nacional de não tecidos, material usado como matéria-prima de produtos como fraldas e absorventes higiênicos e com aplicações também na construção civil e na indústria de confecções – estavam "bombando". A razão da alta estava em um evento que é dos mais importantes na vida das empresas, mas no qual muitos investidores, principalmente os iniciantes, infelizmente prestam pouca atenção: o balanço.A Providência havia divulgado na véspera, depois do fechamento do mercado, seus resultados do terceiro trimestre de 2009. Em resumo, eles mostravam que a produção havia voltado os níveis pré-crise e que a companhia havia revertido um prejuízo de R$ 2,4 milhões, registrado no período julho-setembro de 2008, para um lucro de R$ 18 milhões. Mostrava ainda que o resultado operacional estava melhor, com o Ebitda (sigla em inglês para "lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações") crescendo de R$ 24 milhões para R$ 26 milhões. Uma tendência que tende a continuar, segundo a administração da Providência – "2010 tem tudo para ser um bom ano para recuperação de margens", disse o diretor financeiro e de relações com investidores, Eduardo Feldmann Costa.

Em entrevistas e conferências com analistas, a direção da empresa explicou ainda que trabalha com capacidade plena, e que o plano de investimentos que está em discussão agora inclui a possibilidade de ampliações no ano que vem. A perspectiva de bons resultados futuros, contida no balanço, fez com que o volume de negócios com ações da empresa na quinta-feira aumentasse seis vezes em relação ao dia anterior, catapultando os preços.

Para quem começou há pouco tempo a aplicar em ações por conta própria (e não por meio de um fundo) é fundamental tentar entender os eventos que podem levar um ativo a subir ou sofrer depreciação. Neste momento, a safra de balanços é um dos tópicos que têm regido o mercado acionário tanto aqui quanto no exterior – e o caso da Providência é um bom exemplo disso.

É claro que ler um balanço inteiro não é tarefa fácil. Mas ficar atento a algumas variáveis, como lucro líquido e receita, pode ajudar a ver como anda a saúde financeira da companhia. "O investidor tem de olhar para os balanços mesmo. E é importante atentar para a evolução dos números das empresas em períodos mais longos, como tem se comportado nos últimos anos’’, afirma Théo Rodrigues, diretor-geral do INI (Instituto Nacional de Investidores).

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