Depois de paralisar o atendimento em 143 agências ou 40% do total em Curitiba e região metropolitana ontem, os cerca de 17 mil bancários do Paraná devem fazer novas manifestações hoje, mas não continuam a greve. Em todo o Paraná, 11 mil bancários aderiram aos protestos, 8,5 mil dos quais em Curitiba. O movimento afetou o funcionamento de agências em 18 estados e, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), os trabalhadores podem parar por tempo indeterminado a partir do dia 8, se não houver negociação com os bancos.
Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana, Otávio Dias, a greve teve por objetivo pressionar a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) a apresentar uma nova proposta salarial. Na última reunião, os bancos propuseram um aumento de 7,5% ou 0,3% de aumento real. "Nosso pedido é justo, queremos algo coerente com os lucros astronômicos que o setor tem." A categoria reivindica um reajuste de 13,23%, sendo 5% de aumento real, mais aumento progressivo do piso salarial em três anos (dos atuais R$ 983 para R$ 2.072), além de participação nos lucros e resultados com três salários do trabalhador e R$ 3,5 mil fixos. Os trabalhadores também exige um plano de cargos e salários e mais segurança nas agências. "Não faremos contra-proposta e não iremos baixar os valores", ressalta o presidente da Contraf e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, Vagner Freitas.
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), braço sindical da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), não se posicionou nem confirmou o número de funcionários parados durante as manifestações de ontem. A entidade se limitou a informar que aguarda uma contra-proposta e que as negociações ainda não foram finalizadas. A Fenaban disse também que o textos das reivindicações dos bancários, com 101 itens, é muito longa, o que dificultaria as negociações.
Outras localidades
Em seis cidades, os bancários já deflagraram greve por tempo indeterminado e decidem hoje sobre seus rumos: Rio de Janeiro, Brasília, São Luiz (MA), São Leopoldo (RS), Santa Maria (RS) e Bauru (RS). "Os sindicatos são soberanos para decidir o que querem, mas essa não é a orientação do comando nacional. Nosso objetivo é que o movimento seja homogêneo", reitera Freitas, da Contraf.
Orientação
O Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região alerta para que os clientes antecipem o pagamento de contas e serviços restritos às agências, pois a deflagração de greve na próxima semana "é possível". Saques, extratos e pagamentos de contas serão mantidos nos terminais de auto-atendimento e em correspondentes bancários, como lotéricas e em postos dos Correios.