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O Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região aprovou, nesta quinta-feira (12), a realização de uma greve a partir da 0h da quinta-feira da semana que vem (19). A decisão foi tomada em assembleia da categoria que reuniu mais de 400 participantes. Agências da capital e de municípios da RMC devem aderir à paralisação. Segundo o diretor do sindicato, Junior Cesar Dias, ainda não há data agendada para uma nova rodada de negociação com os banqueiros. "Esperamos que eles tenham sensibilidade e nos chamem para negociar", disse. O movimento é nacional. Bancários de ao menos 22 estados decretaram greve.

Entre as reivindicações da categoria, estão pedidos de maiores condições de trabalho; reajuste de 11,93% sobre os salários; constituição de um grupo de trabalho para analisar a causa de afastamentos; e maior número de contratações.

A reportagem tentou contato com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que representa os banqueiros, mas não obteve resposta até as 20h30.

Bancários devem parar em todo o país

Os trabalhadores reivindicam, entre outras pautas, aumento de 11,93%, maior participação sobre lucros e resultados e "fim das metas abusivas" - exigências de mínimo de venda de produtos do banco por seus funcionários. A proposta dos bancos é de 6,1%. Até o dia 19, no entanto, caso a Fenaban (sindicato patronal) apresente proposta mais vantajosa aos trabalhadores, a greve pode ser suspensa.

No ano passado, a categoria ficou parada por quase dez dias, até chegar a um acordo com os bancos de 7,5% de aumento. "Eles fecharam a porta de negociação. Nós fizemos um calendário para todo o País. A Fenaban tem até o dia 18 para apresentar outra proposta", afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que controla o Comando Nacional, Carlos Cordeiro.

A proposta de reajuste apresentada pela Fenaban é de 6,1%, o que segundo Cordeiro, apenas recompõe as perdas da inflação no período, pelo INPC. "Não temos outra alternativa. Não sairemos sem aumento real", disse o presidente da Contraf. O pedido dos bancários é de reajuste salarial de 11,93%, o que representa aumento real de 5%. O Comando Nacional dos bancários congrega 10 federações e 143 sindicatos e representa 95% dos quase 500 mil bancários do País.

Além do reajuste, os bancários pedem, na pauta econômica, participação nos lucros e resultados igual a três salários mais R$ 5.553,15, piso salarial de R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese) e auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá de R$ 678 ao mês.

Os trabalhadores pedem também melhores condições de trabalho, fim das demissões, plano de cargos e salários, auxílio educação e prevenção contra assaltos e sequestros, entre outros. "Há muitas demissões, sobrecarga de trabalho e a questão das metas, que tem gerado um adoecimento gigantesco da categoria", comentou a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira.

"A proposta da Fenaban não muda nada nas condições de trabalho e ainda traz zero de aumento real. Até dia 18 eles podem chamar o Comando e mudar a proposta", comentou Juvandia. Dia 18, próxima quarta-feira, os bancários realizam uma nova assembleia para organizar a possível greve. É a última oportunidade para os sindicatos apresentarem à categoria uma nova proposta dos banqueiros.

No ano passado, os banqueiros apresentaram proposta de reajuste linear de 6%, com menos de 1% de aumento real. Os bancários fizeram greve por nove dias, até que conquistaram reajuste de 7 5% com aumento real de 2%. O pedido inicial também era por 5% de ganho salarial além da inflação.

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