Os cerca de 17 mil bancários de Curitiba e região metropolitana prometem paralisações diárias nas agências durante toda a semana. A classe está em campanha salarial, e deixará agências fechadas em sinal de protesto, para que suas reivindicações sejam atendidas. Ontem, o atendimento parou por mais de uma hora em 12 agências bancárias no bairro Portão. Hoje, dia em que haverá negociação específica com o Banco do Brasil, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana não divulgou os locais ou agências que ficarão fechados. Amanhã, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) apresentará uma contra-proposta aos trabalhadores.
As negociações começaram na semana passada e, de acordo com o sindicato, os pedidos não foram acatados pela Febraban. Os bancários pedem um reajuste salarial de 13,23% (5% de aumento real mais a reposição da inflação), participação nos lucros, com pagamento de três salários do trabalhador mais R$ 3,5 mil fixos, e aumento progressivo em três anos do piso salarial, que passaria dos atuais R$ 983 para R$ 2.072. O valor foi estipulado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
A contratação de mais funcionários é outra solicitação dos bancários. "Acompanhamos filas quilométricas em todas as unidades. Há sobrecarga de trabalho, o que gera um atendimento ruim", destaca o presidente do sindicato, Otávio Dias. A categoria discute ainda mais segurança nas agências, e propõe a instalação de portas giratórias na entrada dos bancos e um sistema de câmeras interligadas em tempo real com a polícia. "Há dois anos os banqueiros não querem falar sobre o assunto. O número de assaltos só aumenta e nossa segurança está comprometida", ressalta o presidente.
Na tarde de ontem, Dias participou de audiência no Ministério Público do Trabalho para exigir a colocação de portas giratórias com detectores de metais em todas as agências bancárias do Paraná. De acordo com o sindicato, o Unibanco e o Bradesco bancos que não têm detectores em algumas de suas agências terão dez dias para apresentar um cronograma de instalação do mecanismo.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Febraban informou que está em processo de negociação, mas que nem todas as propostas serão atendidas. Isso porque a pauta de reivindicação dos bancários tem mais de 100 cláusulas seria necessário, segundo a Federação, resumir o texto para um melhor entendimento com os trabalhadores.