O Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região realizou nesta quinta-feira (11) uma passeata pelo Centro da capital contra demissões que atingem a categoria. Um grupo de 25 diretores do sindicato caminha, desde as 10h30, pela Avenida Marechal Deodoro da Fonseca, visitando as agências bancárias da região para entregar panfletos aos trabalhadores e clientes das unidades. De acordo com Otávio Dias, presidente do sindicato, o protesto terminou por volta do meio-dia.
Segundo ele, nenhuma atividade foi prejudicada nos bancos. "É uma manifestação de alerta, exatamente como aconteceu ontem [quarta-feira (10)]", diz. Na quarta-feira, o mesmo grupo realizou uma passeata pelo bairro Portão, entre 10 e 13 horas, com o objetivo de esclarecer os trabalhadores e clientes sobre as reclamações. "Nossa preocupação é que aconteça uma onda de demissões que seja justificada, por parte dos banqueiros, pela crise econômica", explica Dias. "Este ano as instituições financeiras têm registrado lucros 12% maiores que no ano passado, o que significa que não há motivo para demissões".
Segundo o sindicato, desde o início do ano, em Curitiba e região, 600 trabalhadores foram demitidos no HSBC, 70 no Itaú e 33 no Unibanco. Em todo o país, ainda conforme Dias, 3,6 mil bancários foram demitidos do Itaú e Unibanco. Com a fusão das instituições, o sindicato teme que diversas agências sejam fechadas, tirando o emprego de mais bancários. "Eles estão se negando a assinar um termo de compromisso de manutenção dos empregos", acusa Dias. "Já tivemos experiências anteriores em casos de fusão e aquisição de bancos. Os dirigentes sempre vêm com o discurso de que não demitirão, mas, na prática, sempre há cortes".
Procurado pela reportagem, o banco Itaú afirma que, ao contrário do que diz o sindicato, neste ano houve mais contratações que demissões e, até o momento, não houve impacto causado pela crise econômica. Houve, segundo a assessoria de imprensa, um aumento no quadro, fechando o ano com 1.390 funcionários só em Curitiba. O banco informou ainda que está aberto para o diálogo.
A assessoria de imprensa do Unibanco informou que não comentará as reivindicações do sindicato dos bancários por enquanto. O banco afirma, no entanto, que está conversando com os trabalhadores.
Já o HSBC informa, por meio de sua assessoria de imprensa, que durante este ano fez mais de duas mil contratações, e que eventuais desligamentos ocorrem por "turnover natural do mercado financeiro".