Uma nova proposta apresentada ontem pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) deve encerrar a greve dos bancários, que completou 18 dias. Depois de se reunir por dois dias seguidos em um hotel no centro de São Paulo, os bancos ofereceram ontem reajuste salarial de 9% aos trabalhadores, o que significa aumento real de 1,5%.
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Carlos Cordeiro, considerou a proposta muito boa e vai sugerir que os trabalhadores aceitem. Assembleias devem ocorrer em todo o país na noite de segunda-feira a de Curitiba está marcada para a tarde de domingo. Até lá, a paralisação continua. "É uma boa proposta, pois contempla aumento real, a principal reivindicação dos trabalhadores" disse Cordeiro.
Em nota, a Fenaban disse que o aumento valerá a partir de 1.º de setembro de 2011, assegurando aumento real pelo oitavo ano consecutivo. O piso salarial para bancários que exercem função de caixa passa para R$ 1,9 mil, para jornadas de seis horas. Para a função de escriturário, o piso salarial passa para R$ 1,4 mil. Na Participação dos Lucros e Resultados (PLR), houve aumento da parcela adicional de R$ 1,1 mil para R$ 1,4 mil, e do teto da parcela adicional de R$ 2,4 mil para R$ 2,8 mil.
Reivindicações
"Este foi um processo de negociação bastante longo, mas que finalmente levou a um acordo entre as partes, construído na mesa de negociação", disse o diretor de Relações do Trabalho da Fenaban, Magnus Apostólico. Os trabalhadores começaram a campanha reivindicando aumento de 12,8% (aumento real de 5%). A primeira proposta da Fenaban foi de aumento de 7,8%. Depois, os bancos ofereceram 8%. Na última quinta-feira, a Fenaban apresentou nova proposta de 8,4% de reajuste, negada ainda na mesa de negociação. A reunião foi suspensa e retomada no início da tarde de ontem.
Além do reajuste, os trabalhadores discutiram mais contratações, extinção da rotatividade, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, mais segurança, igualdade de oportunidades, melhoria do atendimento dos clientes e inclusão bancária sem precarização.
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