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Curitiba

Bancários do HSBC "enterram" dirigentes em protesto no Palácio Avenida

Um grupo de bancários realizou um protesto no início da tarde desta sexta-feira (30) em frente ao HSBC Palácio Avenida, no Centro de Curitiba. A manifestação contou com cerca de 30 pessoas, segundo o sindicato da categoria, e foi motivada pelo que a entidade considera a falta de respeito do banco com os trabalhadores na distribuição da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Os manifestantes ficaram vestidos de preto e carregaram um caixão para simbolizar o enterro do presidente da instituição no Brasil, Conrado Engel, e da diretora de Recursos Humanos, Vera Saicali.

O protesto não chegou a interromper as atividades na agência, afirma Luiz Antônio Fermino, diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região. Os trabalhadores afirmam que, embora o lucro real do HSBC em 2009 tenha sido de R$2,1 bilhões, o valor foi alterado para R$ 250 milhões no cálculo do adiantamento da PLR dos funcionários. Entre as justificativas do HSBC, segundo o sindicato, estaria o fato de que cerca de R$ 1,9 bilhão do total teria sido provisionado para despesas que possam a vir a aparecer.

Na terça-feira (28), os bancários do HSBC fizeram uma paralisação de 24 horas nas agências de Curitiba e região e nos quatro centros administrativos do banco pelo mesmo motivo. O HSBC nega as acusações dos bancários. Em nota enviada à Gazeta do Povo na terça-feira, o banco afirma que cumpre todas as leis e resoluções dos órgãos reguladores, "inclusive na elaboração de suas demonstrações financeiras". Segundo a empresa, a Provisão para Perdas com Devedores Duvidosos (PDD) é mandatória pelas regras do Banco Central, e "afetou significativamente o balanço de 30 de junho de 2009".

A manifestação desta sexta-feira começou por volta das 12h30 e foi encerrada pouco antes das 14 horas. O sindicato dos bancários diz que ainda estuda outros protestos a serem realizados nos próximos dias contra o HSBC.

Procurada pela reportagem nesta sexta-feira, a assessoria de imprensa do banco informou que mantém o posicionamento divulgado na terça-feira. Leia a nota do HSBC na íntegra:

"O HSBC informa, por meio de sua assessoria de imprensa, que refuta veementemente a insinuação de sindicatos de bancários de que o banco teria manipulado os números do balanço semestral de 2009.

Em virtude da crise econômica que afetou diversos segmentos da economia, todas as instituições financeiras sofreram fortes impactos com a crescente inadimplência dos clientes. No caso do HSBC, a Provisão para Perdas com Devedores Duvidosos (PDD) afetou significativamente o balanço de 30 de junho de 2009. Esta provisão mandatória pelas regras do Banco Central gerou um impacto de R$ 762 milhões no lucro antes do cálculo de imposto de renda e contribuição social ou exatos R$ 457 milhões no lucro líquido (após dedução dos impostos e contribuições). Comparada ao ano anterior, esta situação exigiu maiores níveis de provisionamento.

O HSBC afirma que cumpre rigorosamente todas as leis e resoluções dos órgãos reguladores, inclusive na elaboração de suas demonstrações financeiras. Como no resto no mundo, o HSBC Brasil tem a ética como seu valor fundamental e não pode admitir que sejam levantadas dúvidas sobre a lisura e a transparência dos números dos seus balanços."

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