Depois de 23 dias, os bancários do Paraná decidiram encerrar a greve. A proposta da Federação Nacional dos Bancários (Fenaban), de reajuste de 8%, foi aceita em assembleias da categoria realizadas em todo o estado. O trabalho deve ser retomado na próxima segunda-feira (14), com a reabertura das agências.
A compensação deve acontecer até o dia 15 de dezembro. Até lá, os bancários trabalharão uma hora a mais por dia. De acordo com o presidente da Federação dos Bancários do Paraná (Feeb-PR), Gladir Antonio Basso, o saldo da paralisação foi positivo. "Claro que a gente tinha uma proposta mais ampla, mas nossa conquista foi importante", diz.
Além do reajuste de 8%, a proposta prevê um aumento de 8,5% sobre o piso salarial, gerando um ganho real de 2,29%; aumento de 10% sobre a parcela fixa da Participação de Lucros e Resultados; e uma elevação de 2% para 2,2% no percentual de lucro que deve ser distribuído pelos bancos.
Em relação a outras demandas, como o fim do assédio moral alegado pelos funcionários, houve avanço. "Conseguimos a proibição de ligações e envio de mensagens aos funcionários durante o fim de semana e fora do horário de trabalho", conta Basso. Há projetos para melhorar a segurança nas agências e comissões formadas por bancários e representantes dos bancos devem ser formadas para discutir outros problemas, como a questão da saúde.
Relembre momentos marcantes da greve
A greve dos bancários de 2013 completou 23 dias nesta sexta-feira (11), com início em 19 de setembro. O movimento é o que durou mais tempo desde 2004, quando a categoria ficou de braços cruzados por 30 dias. Durante as mais de três semanas da greve deste ano, o número total de bancos fechados oscilou bastante, chegando ao pico em 3 de outubro. Na data, 399 agências ficaram fechadas em Curitiba e 848 em todo o Paraná.
O número de agências fechadas oscilou durante a greve devido às brigas na Justiça entre instituições financeiras e funcionários. Itaú, Bradesco, HSBC chegaram a obter autorizações para funcionar durante a greve por meio de interditos proibitórios. Os argumentos acatados pela Justiça foram de que os funcionários integrantes da manifestação estavam impedindo a entrada de trabalhadores que queriam entrar no prédio. Em todos os casos, sindicato e banqueiros travaram uma guerra de liminares. No fim, apenas Itaú ainda tinha determinação para que todas as agências ficassem abertas durante a greve.