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Bancários fecham mais agências que em 2011

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Quase 70% dos bancários de Curitiba e Região Metropolitana cruzaram os braços no primeiro dia da greve dos profissionais que atuam nos bancos. Foi na região da capital que o movimento teve a maior adesão e onde o maior número de agências bancárias foi fechada: 212 de 509, o que representa 41% de unidades com as portas fechadas. O número é maior que o verificado no primeiro dia de greve de 2011 (114) e a tendência é que a quantidade de agências fechadas aumente gradativamente em todo o estado (veja quantas agências já paralisaram no Paraná no box).

No estado, das 1.537 agências, 366 permaneceram fechadas (23% do total). Contabilizando apenas as unidades do interior, a adesão foi menor: apenas 154 das 1028 (15%) não atenderam ao público. Na Grande Curitiba, 13 centros administrativos também foram fechados pelo movimento sindical.

"Já existia uma expectativa grande de uma forte adesão, mas o número foi maior que o esperado. Ano passado, no primeiro dia, foram fechadas 114 agências; neste ano, mais de 200. Isso mostra o tamanho da insatisfação dos bancários e esperamos que tenha reflexo na mesa de negociação", ressalta Otávio Dias, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região.

Entretanto, o fechamento dos centros administrativos não impediu a entrada de funcionários, que sobrevoaram os muros da sede administrativa do HSBC em Curitiba, no bairro Xaxim. Pela manhã, cerca de 300 funcionários entraram de helicóptero na unidade – a prática, considerada pelo sindicato uma violação do direito de greve, também já foi alvo de reclamação de moradores do bairro, no ano passado.

O HSBC afirmou, por meio de nota, que o uso das aeronaves é feita para que seus colaboradores tenham acesso aos centros administrativos. Segundo o banco, a medida é aprovada pelos órgãos policiais e da aeronáutica. A empresa declarou ainda respeitar "o direito democrático de manifestação dos sindicatos, mas que não comenta publicamente as reivindicações".

Procon

Os consumidores que tiverem contas em atraso e que não tenham outra opção a não ser pagar a fatura na boca do caixa devem procurar a empresa que emitiu o boleto para que ela ofereça alternativas de pagamento. "O credor é responsável pela maneira que irá realizar a cobrança. Como é a empresa que escolhe, é ela quem deve oferecer alternativas, como um novo boleto com uma nova data. Na dúvida, o consumidor pode procurar o Procon", avalia a coordenadora estadual do Procon-PR, Claudia Silvano.

Agências sem depósito marcam primeiro dia

O sindicato dos bancários informa que o posicionamento dos grevistas é pelo funcionamento total dos caixas eletrônicos, mas no primeiro dia de paralisação os clientes esbarraram em algumas dificuldades. A reportagem esteve em dez agências de diversos bancos no Centro de Curitiba e em três delas não havia envelopes para efetuar depósitos – no ano passado, no decorrer da greve, o problema se intensificou e agências dos bairros também sofreram com a falta de envelopes.

Além disso, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região denuncia que o a superintendência regional do Itaú no Paraná teria mandado lacrar e travar diversos caixas eletrônicos na capital, em especial na região central da cidade. Procurado, o banco não se posicionou até o fechamento da edição.

Para Otávio Dias, presidente do sindicato, a atitude vem com a intenção de "jogar a sociedade contra" os bancários. "Nós não retiramos envelopes porque queremos garantir o funcionamento dos caixas eletrônicos, mas pela audácia do Itaú é possível pensar em tudo. É isso ou os gestores, que estão nos bancos, não estão repondo os envelopes", avalia o presidente.

Ontem, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) divulgou nota em que lamenta a decisão dos sindicatos de recorrer à greve e diz confiar no diálogo para a construção da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria na mesa de negociações. "A proposta global prevê reajuste salarial de 6%, correspondente à reposição da inflação e aumento real, que corrigirá salários, pisos, benefícios e Participação nos Lucros e Resultados", informa a nota.

Por outro lado, os bancários pedem um reajuste salarial de 10,25% (ganho real de 5%), piso salarial equivalente ao calculado pelo Dieese, no valor de R$ 2.416,38 (contra os atuais R$ 1,4 mil), participação nos lucros e resultados de três salários mais R$ 4.961,25 fixos, plano de cargos e salários, elevação para R$ 622 nos valores do auxílio-refeição, da cesta-alimentação, do auxílio-creche/babá e da 13.ª cesta-alimentação, além da criação do 13º auxílio-refeição.

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