Bancários obtêm liminar e continuam a greve em Curitiba

Curitiba – Os 1,3 mil bancários reunidos na noite de ontem em assembléia geral na Sociedade Thalia, em Curitiba, decidiram continuar a greve, que começou na última quinta-feira. O que deu novo ânimo à categoria foi a liminar concedida pelo juiz da 15.ª Vara do Trabalho de Curitiba, Daniel Rodney Weidman, que assegura amplo exercício do direito de greve nos termos da lei, ao Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região.

A liminar cita os bancos Itaú, HSBC, Unibanco, Sudameris, Santander, Bradesco, ABN Real, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. O juiz estipulou multa diária de R$ 50 mil aos bancos que não obedecerem a ordem judicial e tentarem, de alguma forma, impedir as manifestações, atos e protestos dos trabalhadores.

No segundo dia da greve dos bancários, segundo o representante do Paraná no Comando Nacional de Greve e presidente da Federação dos Empregados em Instituições Financeiras (Fetec/PR), Adílson Stuzata, 50 agências da capital e região metropolitana foram fechadas. O movimento paralisou sete centros administrativos e de serviços do HSBC (Vila Hauer, Xaxim e Kennedy) e do Banco do Brasil (Praça Tiradentes e São José dos Pinhais). Na Caixa Econômica Federal, a greve atingiu 100% das agências de Curitiba. No interior, o movimento foi fraco, com o fechamento de algumas agências da Caixa em Maringá, Foz do Iguaçu, Cornélio Procópio e Mamborê. Em Londrina fecharam 12 agências do Bradesco e quatro do Unibanco.

O Centro Administrativo Xaxim do HSBC foi aberto após a intervenção da polícia, que os grevistas qualificaram de violenta. O HSBC voltou a utilizar helicópteros para levar funcionários até a unidade do Xaxim. Segundo os sindicalistas, foram cerca de 100 viagens. Em Curitiba, uma hora de vôo em helicóptero alugado custa cerca de R$ 2,5 mil, para quatro pessoas.

A assessoria de imprensa do HSBC informou que o uso do helicóptero é parte do plano de contingenciamento do banco para manter os serviços essenciais e que vai continuar se utilizando de recursos jurídicos para que a greve não atinja os seus 4 milhões de clientes.