O Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região orienta os clientes que atrasaram o pagamento de contas por causa da paralisação dos trabalhadores, que terminou na noite de quarta-feira (22), a procurar os gerentes das agências para negociar as multas. "Os usuários podem pedir a isenção de multas no banco onde devem pagar os títulos, já que a culpa pelo atraso não foi deles", diz, Otávio Dias, presidente do sindicato. "A responsabilidade pela greve foi dos bancos, por isso eles devem arcar com isso", afirma.
A advogada Marta Favreto Paim, da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa ao Consumidor (Procon-PR), no entanto, explica que há uma ressalva. "Só tem esse direito o cliente que não tinha opção por fazer o pagamento por outros meios", diz. "A greve é um ato constitucional e, portanto, não justifica o atraso caso o consumidor ainda pudesse acessar os serviços dos bancos", afirma. A isenção da multa estaria assegurada apenas para os clientes que têm contas que deviam ser pagas exclusivamente em agências ou em bancos que estivessem fechados.
Com a greve dos bancários, a população enfrentou dificuldades para realizar o pagamento de contas. A procura por serviços bancários nas casas lotéricas, por conta dos convênios com a Caixa Econômica Federal e com o Banco do Brasil, lotou os estabelecimentos.
Segundo Dias, o atendimento não deve estar mais lento nesses primeiros dias após o fim da greve, embora haja trabalho acumulado nas agências e centros administrativos. "Segundo o acordo firmado com os bancos, os funcionários compensarão os dias parados", explica. Na proposta aceita pelos bancários, os trabalhadores se comprometeram a repor o período de greve até o dia 15 de dezembro. "Após essa data, os que não tiverem compensado, terão o valor descontado", conta Dias.
Para evitar a alta procura pelos serviços bancários nas agências, o cliente ainda tem a opção de procurar casas lotéricas e unidades dos Correios. Outras alternativas são utilizar os serviços de atendimento por telefone ou internet e postos de auto-atendimento.
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não tem uma estimativa do prejuízo que os bancos tiveram nestes 15 dias de paralisação.
Atendimento normalizado
O atendimento nas agências de bancos públicos e privados de Curitiba e região metropolitana foi totalmente restabelecido na manhã desta quinta-feira (23) de acordo com os trabalhadores. Segundo o presidente Dias, o movimento nas primeiras horas desde o retorno ao trabalho era considerado normal em todas as 329 agências da capital.
"Não tivemos nenhuma informação sobre problemas envolvendo funcionários que não quisessem retornar ou de clientes em agências", afirma Dias. De acordo com os trabalhadores, a proposta aceita, apesar de considerada insatisfatória, se mostrou necessária, uma vez que a greve não poderia continuar.
O aumento salarial dos trabalhadores, proposto pela Fenaban, será feito de acordo com dois índices. Os bancários que recebem até R$ 2,5 mil terão 10% de reajuste; quem possuir um salário maior deve receber 8,15% de aumento. Inicialmente, a reivindicação dos bancários era a de um aumento salarial de 13%, sendo 8% de perdas com inflação e 5% de aumento real.
Na quarta-feira, décimo quinto dia de greve, das 329 agências de Curitiba e região metropolitana , 150 ficaram de portas fechadas, segundo o sindicato. Além das agências, 12 centros administrativos um do Bradesco, três da Caixa Econômica Federal, quatro do Banco do Brasil e quatro do HSBC não abriram.
Interior
Em todo o Paraná, apenas o Sindicato dos Bancários de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, rejeitou a proposta feita pela Caixa Econômica Federal e as agências do banco permanecem fechadas nesta quinta-feira. Já os trabalhadores dos bancos privados e do Banco do Brasil da cidade retornaram às atividades normalmente.
De acordo com a Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários do Paraná (Feeb-PR) e com a Federação dos Trabalhadores no Ramo Financeiro no Estado do Paraná, que, juntas, congregam todos os sindicatos de bancários do estado, em todas as demais cidades as agências estão abertas e funcionam normalmente. Nos municípios de Cianorte, União da Vitória, Arapoti, Campo Mourão e Umuarama, os funcionários da Caixa rejeitaram a proposta do banco, mas decidiram tentar negociar em atividade.
- Após 15 dias de paralisação, termina greve dos bancários
- Greve dos bancários completa duas semanas e provoca fila em postos do Banco Popular
- Negociações fracassam e bancários mantêm greve
- Sem nova proposta, bancários mantêm greve na próxima semana
- Bancários param por tempo indeterminado; sindicato espera adesão de 10 mil trabalhadores
- No segundo dia, greve dos bancários "cresce" no interior do Paraná
- Bancários afirmam que greve fechou metade das agências da região de Curitiba
- Bancários fazem manifestação em protesto à festa dos 200 anos do Banco do Brasil
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião