Mesmo após receber uma nova proposta de reajuste salarial dos banqueiros nesta terça-feira, bancários de todo o Paraná e de vários estados do Brasil mantêm a posição de declarar greve geral a partir desta quinta-feira. Nesta quarta, sindicatos se reúnem para discutir entre os trabalhadores e por a proposta patronal em votação, mas de acordo com os sindicatos a greve é iminente.
A grande preocupação será sobre como funcionará o atendimento aos clientes se a greve for realmente começar. "Antes de mais nada, pedimos a compreensão da população em relação à nossa luta. É este o momento de discutirmos a reposição dos nossos salários", afirmou Jose Altair Monteiro Sampaio, diretor da Federação dos Bancários de Curitiba.
A recomendação é para que o cliente se previna. "Quem puder sacar uma quantidade substancial de dinheiro nesta quarta, que o faça. Isso vale para quem precisa pagar contas e fazer outros tipos de transações. Lembramos também que o cliente que se sentir lesado pode procurar os órgão de defesa do consumidor para reclamar contra os bancos", explicou.
Se a maioria dos bancários rejeitar a proposta dos bancos, a partir de quinta-feira a categoria declara greve por tempo indeterminado. "Teoricamente todos os serviços serão totalmente paralisados, mas essa decisão só será tomada realmente se assim a assembléia que ocorre às 19h desta quarta-feira na Sociedade Thalia - decidir", disse Sampaio.
A negociação
No Paraná, existem dois sindicatos que representam a categoria dos bancários. A Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito (Fetec) é filiada à Central Única dos Trabalhadores e representa os trabalhadores com sedes nas cidades de Curitiba, Londrina, Cornélio Procóio, Arapoti, Apucarana, Paranavaí, Umuarama, Campo Mourão, Toledo, Assis Chateaubriand e Guarapuava.
Já a Federação dos Empregados dos Estabelecimentos Bancários (Feeb) conta com representantes em Paranaguá, Ponta Grossa, Telêmaco Borba, Maringá, Goioêre, Cianorte, Cascavel, Foz do Iguaçu, Pato Branco e União da vitória.
Todos os sindicatos irão fazer assembléias para votar se aceitam, ou não, a proposta apresentada nesta terça-feira. Nela, os bancos oferecem 2,85% de reajuste (valor corrigo pela inflação do período 1.º de setembro de 2005 até 31 de agosto de 2006), mais participação nos lucros e resultados (PLR) de 80% de um salário, mais R$ 823 de adicional. Além disso, outros R$ 750 seriam pagos caso o lucro dos bancos superasse em 20% o índice do ano anterior.
"Fizemos uma análise e chegamos a conclusão de que os valores não agradam. Vamos para as assembléia para votar pelo início imediato da greve por tempo indeterminado", explicou Sônia Boz, membro da diretoria do Sindicato dos Bancários de Curitiba.
Os trabalhadores exigem um reajuste 2,85% -mesmo valor ofertado pelos patrões mas querem também um adicional por produtividade de 7,05%. Além disso, a categoria quer um salário de PLR, mais um adicional de R$ 1.500.