A demissão de funcionários do Banco Rural mobiliza representantes do sindicato dos Bancários de Minas Gerais, que quer evitar o fechamento de agências e mais cortes de pessoal. Representantes do sindicato querem que a direção do banco trabalhe na recuperação da sua credibilidade. O presidente do Sindicato, Fernando Neiva, disse que o Rural é uma das últimas instituições bancárias do estado que no balanço de 2004 demonstrou ter uma excelente estrutura, que foi abalada com a crise que começou com a descoberta do caixa dois nas campanhas eleitorais e o envolvimento com o empresário Marcos Valério de Souza.
O banco, que já teve 2.220 funcionários e 82 agências, tem atualmente 29 filiais. O fechamento de outras 14 agências nos próximos dias já foi anunciado. Pelo menos 1.200 bancários foram demitidos durante a crise e na sexta-feira foram demitidos mais 392 em todo país, 90 deles nas agências em Belo Horizonte, onde fica a sede do banco. Fernando Neiva disse que muitos funcionários, com 15, 20 e 25 anos de casa, enfrentam dificuldades em retornar ao mercado.
- O sindicato está buscando nova reunião com a direção do banco para tentar fazer alguma coisa. A situação é muito difícil, muitos bancários trabalharam a vida toda lá e estão com 15 e 25 anos de banco. O mercado é duro, principalmente em relação à idade. Nós buscamos requalificá-los para o mercado, mas a situação é muito ruim - reclama Fernando Neiva.
Nesta segunda-feira, representantes do sindicato terão uma reunião com a direção do banco para tentar encontrar uma solução para a crise. Eles também pretendem retornar ao Congresso para tentar encontrar uma solução política para evitar mais demissões e o fim do Rural. A última grande crise no setor bancário em Minas foi no governo de Eduardo Azeredo, com a privatização dos bancos Bemge e Credireal, quando vários servidores foram demitidos.
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