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Campanha salarial

Bancários tentam reajuste em cenário de alta nos preços

Os trabalhadores do setor bancário lançaram na manhã de ontem, em Curitiba, a frente paranaense da campanha salarial de 2008. O desafio da categoria é conquistar aumentos reais em um cenário econômico sob fortes pressões inflacionárias. Primeiramente, os bancários tentarão uma negociação unificada nacional, representando os cerca de 450 mil trabalhadores de todo o país.

A proposta da primeira rodada de negociação será apresentada na próxima semana à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), braço sindical da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). Entre as principais solicitações dos trabalhadores estão o reajuste salarial de 13,23% – 5% de aumento real mais a reposição da inflação no período –, vale-alimentação no valor de um salário mínimo (R$ 415), vale-refeição de R$ 17,50 ao dia, auxílio-creche de R$ 415, participação nos lucros e resultados (PLR) de três salários mais adicional de R$ 3,5 mil e aumento progressivo do piso até atingir o "mínimo ideal" de R$ 2.074, calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). "É só ver o balanço do lucro dos bancos para ver que não é difícil atender à nossa demanda. Difícil é convencê-los a aceitar", afirma o presidente da Federação dos Bancários da CUT – Paraná (Fetec-PR), Roberto Von Der Osten.

Segundo dados do Dieese, o lucro líquido dos bancos saltou de R$ 4,630 bilhões em 2000 para R$ 34,275 bilhões em 2007 – um acréscimo de 640,2%. No mesmo período, os gastos com pessoal cresceram 229,5%, passando de R$ 19,535 milhões para R$ 38,221 milhões. O índice de cobertura – relação entre as receitas com serviços e despesas com pessoal – passou de 73,6% em 2000 para 127,6%.

Nos últimos quatro anos, a média do índice de reajuste salarial dos bancários é de 6%, com ganhos reais acima da inflação. A data-base da categoria é em 1º de setembro.

Equiparação

Os vigilantes e trabalhadores de empresas de segurança privada aprovaram, em reunião da confederação nacional da categoria, a mudança da data-base de janeiro para setembro – a mesma dos bancários. O objetivo é iniciar negociações conjuntas. Por ora, os vigilantes reivindicam o mesmo valor do vale-refeição e o mesmo plano de saúde dos bancários. A categoria reúne 1,2 milhão de trabalhadores.

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