O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), também conhecido como Banco dos Brics, liberou nesta quinta (12) um empréstimo de US$ 1 bilhão ao Brasil para o financiamento de micro, pequenas e médias empresas. Os recursos serão direcionados ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e integram o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (FGI), criado em 2020 para atenuar os efeitos da crise da Covid-19.
O anúncio foi dado pela presidente do banco, Dilma Rousseff (PT), após uma reunião com o ministro Fernando Haddad, da Fazenda. O NDB é formado pelos países do bloco Brics: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Dilma e Haddad se encontraram no Marrocos, onde participaram de uma reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) para finalizar o acordo de empréstimo. A reunião durou cerca de 20 minutos e foi realizada a portas abertas.
O crédito já havia sido previamente autorizado pelo Senado Federal em abril deste ano, após a apresentação do projeto de resolução pela Presidência. O FGI foi estendido para permitir a contratação de novos créditos até o final de dezembro de 2023.
Nos últimos anos, o Brasil já recebeu um total de US$ 6 bilhões em empréstimos do banco, destinados a diversos projetos, tanto em âmbito federal quanto local. O montante mais significativo, de US$ 1,2 bilhão, foi direcionado para o financiamento de projetos de infraestrutura sustentável através do BNDES.
No mesmo dia do encontro entre Dilma Rousseff e Fernando Haddad, o ministro confirmou que o FMI solicitou uma revisão das cotas de contribuição financeira dos países emergentes. A diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, está pedindo que os países-membros aumentem suas contribuições devido à crise da dívida nos países mais pobres e ao aumento das taxas de juros.
O ministro Haddad afirmou que levará essa solicitação para consideração do governo brasileiro.
Haddad e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, estão no Marrocos para participar da reunião anual do FMI e do Banco Mundial. As contribuições financeiras dos países-membros do FMI financiam empréstimos a países em desenvolvimento sem juros.
Um maior aporte representa maior poder de decisão no Fundo. Kristalina Georgieva busca aumentar os recursos da organização, mas Haddad ressaltou que a elevação do caixa não pode prejudicar os princípios históricos da instituição, como o da proporcionalidade.
“Eu disse que questões conjunturais não deveriam afetar isso. Quando você rompe com um princípio que está entre as razões de ser da própria instituição, este organismo vai perder legitimidade e apoio no médio e longo prazo”, afirmou o ministro.
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