No relatório sobre inflação publicado nesta quinta-feira (19), o Banco Central (BC) admitiu que há perto de 100% de chance de um estouro na meta fiscal este ano.
Para 2025, a previsão do BC é de que há 50% de chance de a meta fiscal não ser cumprida. Para 2026, a probabilidade de descumprimento da meta é de 26%.
Em setembro deste ano, no relatório anterior, o Banco Central havia registrado uma probabilidade de 36% de descumprimento da meta fiscal de 2024.
"A inflação acumulada em 12 meses e a expectativa de inflação para 2025 subiram para patamar incompatível com o cumprimento da meta de inflação", diz um trecho do relatório do BC.
Isso significa que a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficará acima do teto da meta este ano, que é de 4,5%.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação somou 4,29% na parcial de janeiro a novembro deste ano.
De acordo com o BC, a inflação acumulada em 12 meses aumentou de 4,24% em agosto para 4,87% em novembro, “com surpresa de +0,44 p.p. em relação ao cenário de referência apresentado no Relatório anterior”.
“Destaca-se a pressão maior que a esperada sobre preços de alimentos, que veio a se somar às pressões exercidas pelo aquecimento da atividade econômica e pela acentuada depreciação cambial”, disse o BC.
Resultado foi pressionado por alta no preço da carne bovina
O alvo central perseguido pelo BC é 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso significa que a meta é considerada cumprida se oscilar entre 1,5% (piso) e 4,5% (teto)
Esta semana, na ata divulgada pelo Copom, o Banco Central já havia indicado o descumprimento da meta fiscal. A autoridade monetária estima que a inflação somará 4,9% neste ano.
“A principal surpresa ocorreu em alimentação no domicílio, devido às fortes elevações do preço da carne bovina. Embora já se esperasse que o ciclo do boi fosse reduzir a oferta de animais para o abate, a evolução dos preços ocorreu mais cedo e foi mais intensa do que o antecipado”, diz um trecho do relatório.
“Em menor grau, também houve surpresa altista em alimentos industrializados, enquanto os in natura surpreenderam para baixo. O segmento de serviços também contribuiu para a inflação acima da esperada, com destaque para alimentação fora do domicílio, que pode estar repassando a alta da carne bovina, e seguro voluntário de veículo, que tem se apresentado volátil no IPCA”, continuou o BC.
O Banco Central destacou ainda a “surpresa” com o preço da gasolina que “permaneceu praticamente estável, enquanto a projeção incorporava redução nos preços ao consumidor”.
“Já os preços dos bens industriais subiram um pouco menos que o previsto, com surpresas concentradas nos grupos vestuário e artigos de residência”, completou o BC.
Projeção de crescimento
O Banco Central melhorou a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para este ano, de 3,2% para 3,5%.
A projeção do BC é mais otimista do que o último dado divulgado pelo governo Lula. No mês passado, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda ampliou a projeção de crescimento do PIB para 3,3%.
Em 2025, segundo o BC, a economia brasileira deverá avançar 2,1%, ante previsão inicial de alta de 2% do PIB em setembro. O governo Lula, por sua vez, prevê um crescimento de 2,5% no próximo ano.
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