A taxa de juros da economia norte-americana não deve subir até o mês de abril, aponta a ata da última reunião do comitê de política monetária do Fed (Federal Reserve), o banco central dos EUA.
Após o encontro, realizado nos dias 16 e 17 de dezembro, o Fed afirmou em comunicado que seria "paciente" para elevar os juros, que operam perto de zero desde o fim de 2008.
De acordo com o documento divulgado nesta quarta-feira (7), a maioria dos integrantes do comitê concordou que a referência indicava que "o início do processo de normalização [da política monetária] seria improvável por pelo menos as duas próximas reuniões".
Os primeiros encontros de 2015 estão marcados para os meses de janeiro e março.
Alguns dos participantes do comitê, no entanto, demonstraram preocupação com uma possível concentração das expectativas do mercado sobre a alta em algumas datas próximas à metade do ano.
Para eles, a linguagem usada poderia prejudicar a possibilidade de antecipar ou atrasar a elevação de acordo com a evolução das condições econômicas.
Inflação
A ata aponta ainda que a inflação nos Estados Unidos continua abaixo da meta de longo prazo do Fed, de 2%, afetada pela continuidade na queda dos preços do petróleo e a alta do dólar.
A aproximação do índice da meta é apontada pela autoridade monetária como uma das condições para a elevação dos juros, ao lado da melhora nas condições do mercado de trabalho.
O documento aponta, porém, que o comitê pode iniciar um novo ciclo de alta com a inflação no patamar atual, "embora, nessas circunstâncias, os participantes precisem ter confiança razoável de que o índice vai voltar aos 2% com o passar do tempo."
Uma piora nas condições da economia global, afetada pela queda nos preços do petróleo, também foi discutida no último encontro do Fed.
"Enquanto alguns participantes diminuíram suas expectativas para o crescimento global, muitos notaram a probabilidade de novas ações por parte dos governos estrangeiros", diz a ata.
Desaceleração
Diversos integrantes do comitê acreditam que uma desaceleração mundial possa afetar negativamente os Estados Unidos, especialmente devido à redução das exportações. "Mas o efeito líquido dos preços mais baixos do petróleo na economia norte-americana deve ser positivo."
De forma geral, a expectativa do Fed para o crescimento dos EUA é boa.
"Citando indicadores como a confiança dos empresários e dos consumidores e os ganhos sólidos no mercado de trabalho, muitos participantes sugeriram que a economia pode mostrar mais força do que o previsto", afirma a ata.
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