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Câmbio

Banco Central fará leilão de US$ 4 bilhões após dólar cair abaixo de R$ 6

Dólar e real
Leilão ocorrerá um dia depois da moeda norte-americana cair abaixo de R$ 6 após ter batido recorde de R$ 6,08 no começo da semana. (Foto: Sebastião Moreira/EFE)

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O Banco Central fará duas intervenções no mercado financeiro nesta quinta (12) com o leilão de US$ 4 bilhões com compromisso de recompra. O anúncio foi feito na noite de quarta (11) após o fechamento do pregão e em meio à primeira queda do câmbio a menos de R$ 6 neste mês -- a R$ 5,97.

A intervenção vinha sendo cobrada há semanas por aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por conta da escalada do dólar em meio às expectativas do anúncio do pacote de gastos que veio abaixo do esperado pelo mercado. Em poucas semanas, a moeda norte-americana disparou e chegou a bater recorde histórico de R$ 6,08 na última segunda (9).

Segundo o BC, os leilões são comuns nos finais de ano por conta da demanda de investidores, fundos, empresas e multinacionais para o envio da moeda ao exterior.

A operação, conhecida como leilão de linha, consiste na venda de reservas internacionais – o Brasil detém US$ 370 bilhões – para conter a volatilidade cambial e estabilizar o mercado. Cada leilão terá oferta máxima de US$ 2 bilhões, com a liquidação das vendas prevista para a próxima segunda-feira (16).

No primeiro leilão, apelidado de “linha A”, as propostas serão acolhidas entre 10h20 e 10h25, e a recompra ocorrerá em 4 de fevereiro de 2025. Já o segundo, “linha B”, aceitará propostas entre 10h35 e 10h40, com recompra agendada para 2 de abril de 2025.

A taxa de câmbio utilizada será baseada na Ptax das 10h do dia do leilão, uma referência calculada pelo BC com base nas cotações do mercado à vista.

Esta será a primeira intervenção do Banco Central desde que o dólar ultrapassou a barreira dos R$ 6. Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e futuro presidente da instituição, destacou recentemente que o BC atua apenas em cenários de disfuncionalidade no câmbio, reforçando que “não se segura o dólar no peito”.

O último leilão de linha foi realizado em novembro, com oferta de US$ 4 bilhões. Neste ano, o BC já havia realizado intervenções em agosto e setembro, utilizando contratos de swap cambial, que equivalem à injeção de dólares no mercado futuro.

Sob o governo Lula, a primeira intervenção aconteceu em abril, quando foram ofertados 20 mil contratos de swap cambial, movimentando US$ 1 bilhão. Em 2023, o BC não realizou leilões extras, devido à baixa volatilidade do real e ao forte fluxo comercial, mas as recentes oscilações no câmbio justificaram as ações atuais.

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