O Banco Central anunciou nesta segunda-feira (16) a saída do diretor de Política Monetária, Mario Henrique Torós, que estava no cargo desde abril de 2007. Para o seu lugar, a instituição informou que está sendo indicado o nome de Aldo Luiz Mendes, que já ocupou a vice-presidência do Banco do Brasil.
A indicação ainda tem de passar pelo crivo da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, que deverá "sabatinar" o diretor antes da votação.
Em conjunto com a diretoria de Política Econômica, ocupada por Mario Mesquita, que cuida de estudos macroeconômicos relacionados ao controle da inflação, a diretoria de Mario Torós (Política Monetária) é uma das que conta com maior destaque dentro da autoridade monetária. O BC informou que Torós deixa o cargo a pedido, por "motivos pessoais".
Entrevista
Torós, que era responsável pelo acompanhamento das reservas internacionais brasileiras e das operações da mesa do BC no mercado de câmbio (compra e venda de dólares e uso de instrumentos no mercado futuro, como swaps), deixa a instituição após entrevista concedida ao jornal Valor Econômico.
Ao jornal, Torós relatou que houve uma corrida aos bancos de menor porte e, que por isso, a instituição decidiu liberar R$ 100 bilhões em depósitos compulsórios em outubro do ano passado. Ele revelou, ainda, que o presidente da instituição, Henrique Meirelles, quase foi demitido antes do agravamento do cenário internacional.
Torós também disse que o ex-presidente do Banco do Brasil, Antônio Francisco Lima Neto, soube, pelo Banco Central, de dificuldades do Banco Votorantim para fechar o caixa durante a crise. Meses depois, o BB comprou metade do Votorantim. A entrevista de Torós abriu uma crise no BC e causou mal estar no governo.
Candidatura de Meirelles e diretoria
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que já se filiou ao PMDB, tem dito que a sua decisão, sobre uma eventual candidatura sua nas próximas eleições, acontecerá somente em março de 2010.
Rumores dão conta de que Meirelles pode se candidatar ao governo de Goiás ou ao Senado Federal. Com a possível saída de Meirelles, outros diretores também podem deixar a instituição, como Mario Mesquita (Política Econômica) e Gustavo Vale (Liquidações).
Para o lugar do presidente do BC no resto do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estão cotados Alexandre Tombini, atualmente na diretoria de Normas do BC, e Luciano Coutinho, que ocupa a Presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Currículo de Aldo Luiz Mendes
Aldo Luiz Mendes, indicado para a diretoria de Política Monetária do BC, é doutor em economia pela Universidade de São Paulo. Ele foi nomeado, em 2001, como diretor de Finanças do Banco do Brasil.
Posteriormente, Mendes ocupou o cargo de diretor de mercado de capitais do BB. Em 2005, foi nomeado vice-presidente de Finanças, Mercado de Capitais e Relações com Investidores, cargo que ocupou até 2009.
Atualmente, presidia a Companhia de Seguros Aliança do Brasil. Aldo Mendes já exerceu o cargo de vice-presidente da Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima) e integrou os conselhos de administração da BM&F e da Central Interbancária de Pagamentos (CIP).
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