Sétimo lugar
Se as previsões se confirmarem e o Brasil chegar a dezembro com a Selic a 7%, o país ocupará o 7.º lugar entre os países com maior juro real do mundo. Neste cenário, a taxa brasileira de juro real seria de 1,5%, atrás de China (4,1%), Chile (2,4%), Austrália (2,3%), Rússia (2,3%), Colômbia (1,7%) e Malásia (1,6%).
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu ontem em 0,5 ponto porcentual a taxa básica de juros, a Selic. Com a decisão, que ocorreu por unanimidade, a taxa caiu de 8% para 7,5% ao ano e bate o terceiro recorde consecutivo de baixa o menor patamar da série histórica iniciada em 1986. Este é o nono corte seguido da Selic, em uma trajetória de declínio que teve início há um ano em agosto de 2011.
Mesmo com a trajetória decrescente dos juros, a atividade ainda não deu os sinais esperados de reação. Historicamente, os cortes na Selic levam de seis a nove meses para impactar a economia.
A expectativa do governo é de com juros reduzidos e os incentivos ao consumidor e a diversos setores da produção a economia se reaqueça no segundo semestre. O desafio, entretanto, é não estourar a meta da inflação, de 4,5% (com teto de 6,5%) em um cenário que já se mostra inflacionário.
A nova redução terá um efeito pequeno nas operações de crédito para consumidores e empresas, segundo análise da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). A taxa média aos consumidores, atualmente em 6,12% ao mês, deve cair apenas 0,04 p.p. (para 6,08%) com o corte anunciado.
Poupança
Com a redução da Selic, o rendimento da poupança volta a cair a partir de hoje. Pela regra instituída no dia 4 de maio, quando a taxa básica fica abaixo de 8,5%, os novos depósitos têm seus rendimentos calculados com base em 70% da Selic, acrescidos da TR (Taxa Referencial, que não muda).
Com a Selic a 7,5%, a poupança terá rendimento de 5,25% ao ano mais a TR. Ou seja, uma poupança de R$ 10 mil renderá, pelo menos, R$ 525 após 12 meses.
Para depósitos antigos (feitos até dia 3 de maio) nada muda, ou seja, o rendimento continua sendo de 0,5% ao mês (6,17% ao ano) mais a TR. O mesmo ocorre para novos depósitos quando a Selic for superior a 8,5%.
Para que os poupadores saibam quanto estão ganhando na caderneta com as novas regras, o governo definiu que o cliente será informado, na data do depósito, de qual será o rendimento creditado 30 dias depois. Os bancos já estão informando separadamente os rendimentos. Para antecipar o ganho que terá 30 dias depois, o poupador deverá sempre considerar a Selic vigente no dia em que ele efetuou o depósito.
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