O Banco da Espanha disse neste sábado (22) que assumiu o controle dos depósitos no país do banco Cajasur, após a planejada fusão com outra instituição de menor porte, a Unicaja, ter fracassado.
O Cajasur agora terá acesso ao Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB), disse o Banco da Espanha num comunicado.
"Esta medida, adotada como consequência dos problemas de viabilidade que apresenta a entidade e ante a impossibilidade de fechar um acordo com a Unicaja, garantirá que o CajaSur possa seguir operando normalmente e cumpra com suas obrigações," disse o banco central espanhol.
O Cajasur responde por cerca de 0,6 por cento dos ativos do sistema financeiro espanhol, que não será afetado de nenhuma forma por essa intervenção, disse o Banco da Espanha.
O FROB, com fundos de até 99 bilhões de euros (123,8 bilhões de dólares), foi criado pelo governo em junho de 2009, após o Banco da Espanha ter sido obrigado a assumir o controle dos depósitos do banco Caja Castilla de la Mancha.
Uma fonte próxima ao negócio disse que o FROB terá que injetar pelo menos 500 milhões de euros em financiamentos para equilibrar as contas do Cajasur.
"A necessidade capital do Cajasur é estimado em mais de 500 milhões de euros e esse é o capital mínimo que o FROB vai providenciar, além da liquidez que terá de deixar disponível para o banco," disse a fonte.
Os bancos espanhois em geral têm suportado bem a crise financeira global, graças a uma rígida supervisão bancária, mas o estouro de uma bolha no setor imobiliário os deixou com mais de 300 bilhões de euros em dívidas.
Os maiores bancos de empréstimos do país - que respondem por cerca de metade do sistema financeiro - estão mais expostos aos problemas do setor imobiliário e têm visto sua base de capital erodir em meio a um volume crescente de empréstimos ruins.
Cerca de um terço dos bancos regionais de empréstimos se fundiram, e outro terço está em processo de fusão.
O Banco da Espanha estabeleceu uma meta de reduzir o número de instituições do setor, de 45 para 15 até o meio do ano.