O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve Bank dos Estados Unidos decidiu nesta quarta-feira (30/10) pela manutenção de sua taxa de juro entre 0% e 0,25% e pela continuidade de seu programa mensal de compra de bônus.
Como já era esperado, o comunicado da decisão de política monetária do Fomc foi bastante parecido com o divulgado após a reunião de setembro, quando o Federal Reserve surpreendeu os mercados ao manter inalterado o ritmo das suas compras de bônus.
Pequenas mudanças no texto, porém, deixaram o comunicado menos dovish (preocupado com o desemprego em detrimento da inflação) do que era esperado nesta rodada. Saíram do texto duas menções importantes: o termo "este ano" ao mencionar alterações no programa de compra de bônus e a avaliação de aperto nas condições financeiras, ambos presentes no comunicado de setembro.
A preocupação com as condições financeiras deixou de ser manifestada porque, desde setembro, os preços das ações subiram e as taxas de juros dos Treasuries e das hipotecas recuaram, sinalizando um alívio no aperto mencionado pelo Fed no mês anterior. Essa mudança no comunicado e o fato de o banco central americano ter mantido sua avaliação de que a economia dos EUA está crescendo em ritmo "moderado" tornaram o documento menos dovish do que era esperado.
Muitos analistas acreditavam que o Fed mudaria sua avaliação da economia após os recentes problemas fiscais do país, talvez voltando a chamar o crescimento de "modesto", como na reunião de julho. Surpreendentemente a menção à política fiscal não mudou muito, mesmo após a paralisação de 16 dias do governo americano. Para o Fed, a política fiscal continua "restringindo o crescimento".
O comunicado, entretanto, mantém no mercado a expectativa de uma redução de estímulos, mas sem reviver o temor de que ela ocorra em breve. O texto parece ter reforçado que o Fed manterá o ritmo de compras de bônus por pelo menos mais algumas reuniões, ainda que o documento não faça menção à reunião de dezembro - nem para descartar a possibilidade de uma redução de estímulos no fim deste ano, nem para indicá-la. O Comitê também voltou a dizer que as compras de bônus vão continuar até que haja melhora "substancial" na economia.
A repetição predominou no comunicado do BC americano. Os membros do Fomc reforçaram que vão esperar mais evidências de crescimento sustentável e mantiveram a avaliação de que os riscos à perspectiva econômica diminuíram. Também houve repetição da avaliação sobre a situação do mercado de trabalho e do mercado imobiliário nos EUA.