O governador da Banca d'Italia (banco central italiano), Ignazio Visco, disse neste domingo que a emergência fiscal e econômica ainda não chegou ao fim na zona do euro e que, à luz das persistentes perspectivas de recessão, o Banco Central Europeu (BCE) poderá afrouxar sua política monetária nos próximos meses.
Ao falar para o jornal romano La Repubblica, Visco, que também participa do Conselho de governadores do BCE, disse que o desfecho da reunião de 2 agosto do banco foi um importante passo para a estabilidade da moeda comum. Visco afirmou que não vê a Itália buscando fundos de resgate do BCE por enquanto.
Questionado sobre os motivos de o BCE não cortar a taxa básica de juros na reunião, Visco disse que se a economia continuar a desacelerar "poderemos esperar uma política monetária de maior acomodação nos próximos meses". Visco afirma que não houve nenhuma divisão entre os membros do Conselho do BCE durante o encontro, apenas "discussões".
O BCE poderá considerar em breve a compra de bônus governamentais no mercado e também outras medidas não convencionais para reduzir os custos "excepcionalmente altos" de financiamento que afetam várias economias da zona do euro, disse na quinta-feira o presidente do banco, Mario Draghi. Ele afirmou que tais medidas só serão tomadas sob condições estritas e após os países em dificuldades, como a Espanha e a Itália, fizerem pedidos formais pedindo o auxílio. As informações são da Dow Jones.