O Banco Central Europeu (BCE) informou nesta quinta-feira (8) que o acesso dos bancos gregos a financiamento dependerá de uma revisão do seu pacote de resgate econômico.
Para continuar recebendo a assistência financeira, que recebe desde 2010, o país deverá fechar um acordo com seus credores da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional e garantir o pagamento da dívida de 240 bilhões de euros, informou o BCE.
A ordem vem em meio a especulações em torno das eleições parlamentares na Grécia, convocadas antecipadamente para 25 de janeiro, pelo primeiro ministro Antonis Samaras.
Zona do euro
Os europeus temem que a Grécia saia da zona do euro, como quase aconteceu em 2012, o que poderia trazer consequências desastrosas para o país e para a moeda, segundo economistas.
O jornal alemão "Die Zeit" disse nesta semana que a Alemanha defende a permanência da Grécia no bloco econômico e que está disposta a negociar com o candidato favorito nas pesquisas Alexys Tsipiras.
Líder da oposição e do partido de esquerda Syriza, ele recentemente abrandou o discurso radical - no qual exigia o perdão da dívida grega - e sinalizou que está aberto a negociações com a União Européia.
Efeitos da crise
A situação delicada dos países europeus é reflexo da crise internacional de 2008. O continente ainda não conseguiu se recuperar totalmente das perdas e registrou em dezembro a segunda deflação desde 2009.
Os preços caíram 0,2% em relação a dezembro de 2013, puxados pela queda dos preços de energia, que despencaram 6,3% na mesma base de comparação.
A ciranda deflacionária preocupa os europeus. Com o aumento da oferta de produtos, diminui a disposição para gastar dinheiro, pois os consumidores acreditam que os preços podem cair ainda mais.
Para estimular a demanda, o BCE deverá comprar títulos governamentais injetando mais recursos no sistema financeiro, o que, porém, enfraquece a moeda.
Nesta quarta (7), o euro foi negociado nas bolsas americanas por U$ 1,18. É o menor valor registrado desde janeiro de 2006.
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