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crise financeira

Banco Central italiano diz que país precisa de reformas

O dirigente do Banco Central italiano pediu neste sábado que o governo implemente rapidamente reformas e adote novas medidas para alavancar a terceira maior economia da zona do euro, que, segundo ele, encolherá cerca de 1,5 por cento neste ano.

Em um discurso em Parma, o chefe do Banco da Itália, Ignazio Visco, afirmou que o sistema bancário do país está solido, mas os altos custos e a recessão significam que as perspectivas para os credores "não são favoráveis" neste ano.

"Os bancos italianos estão sólidos, mas eles foram atingidos fortemente pelos problemas da dívida", disse.

Ele afirmou que, em 2011, a captação de recursos dos bancos com os clientes e mercados caiu 2,8 por cento, enquanto a dependência do Banco Central Europeu aumentou.

O investimento do Banco Central Europeu nos bancos italianos foi de cerca de 200 bilhões de euros em janeiro, contra pouco mais de 40 bilhões em junho passado.

Graças às medidas tomadas recentemente pelo Banco da Itália, e a permissão de que todos os bancos usem empréstimos bancários como colaterais para os fundos do BCE, o total colateral disponível aos credores subirá para quase 450 bilhões de euros, disse Visco.

A Itália tomou medidas para chegar à sustentabilidade financeira certa vez consideradas inconcebíveis, afirmou Visco, mas ainda é preciso fazer muito internamente e no âmbito europeu.

Na Itália, "as reformas precisam ser rapidamente finalizadas e colocadas em prática, em particular aquelas que fazem a estrutura regulatória e administrativa favorável, em vez de desfavorável ao crescimento econômico".

A economia italiana, que entrou em recessão no último quarto do ano passado, vai encolher cerca de 1,5 por cento neste ano, calculou Visco, um número que bate com a previsão de economistas. A economia cresceu 0,4 por cento no ano passado, de acordo com um cálculo preliminar oficial.

Os empréstimos de bancos a empresas caíram cerca de 20 bilhões de euros em dezembro, disse Visco, chamando a redução de "muito acentuada". Isso se deve parcialmente aos maiores custos de empréstimo.

"De acordo com dados preliminares, uma nova e leve contração no crédito ocorreu em janeiro", anunciou. "É crucial que a economia não caia vítima da asfixia do crédito."

Visco também criticou fortemente as agências de risco, dizendo que elas "nem sempre estão certas", e pedindo que trabalhem com organismos independentes, nacionais e supranacionais na hora de realizar suas avaliações de risco.

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