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Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central: esforço para levar inflação para a meta. | Marcelo Camargo/Agência Brasil
Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central: esforço para levar inflação para a meta.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira (31) a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano, conforme amplamente esperado pelo mercado.

Todos os 45 economistas e instituições consultados pela agência internacional Bloomberg previram a Selic estável nesta reunião. É a nona vez consecutiva em que o Copom decide que a taxa deve permanecer inalterada.

O governo de Michel Temer já trabalha com a possibilidade de a taxa de juros começar a cair só no próximo ano, diante do ritmo ainda lento de queda da inflação e da demora na aprovação das medidas fiscais propostas pelo governo.

Em maio, Temer acreditava que a Selic, referência de juros para o mercado financeiro, começaria a ser reduzida pelo Copom na reunião marcada para outubro.

Assessores presidenciais avaliam agora que as melhoras no cenário econômico ainda não são suficientes para o BC cortar a taxa de juros.

Na ata da última reunião do Copom, realizada em julho -a primeira sob o comando de Ilan Goldfajn-, o Banco Central também indicou que tem dúvidas sobre o ritmo de queda da inflação e de aprovação de medidas na área fiscal, o que pode adiar o corte dos juros.

“Todos os membros do comitê enfatizaram que a continuidade dos esforços para aprovação e implementação dos ajustes na economia, notadamente no que diz respeito a reformas fiscais, é fundamental para facilitar e reduzir o custo do processo de desinflação”, afirmou o Copom.

O BC disse ainda, na ocasião, que vê sinais de que a recessão pode estar próxima do fim, mas afirma que a inflação tem recuado a uma velocidade “aquém da almejada”. Alguns diretores esperavam uma queda maior dos índices de pressões diante da desaceleração econômica. Outros afirmam que houve avanços.

No boletim Focus, divulgado pelo BC nesta segunda-feira (29), economistas elevaram pela segunda semana seguida a projeção para a inflação neste ano e também aumentaram a previsão para o IPCA, índice oficial de preços, em 2017.

A pesquisa semanal do BC mostrou que a perspectiva para a inflação foi elevada de 7,31% para 7,34% em 2016. Para 2017, a projeção passou de 5,12% para 5,14%, ainda dentro da meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), 4,5% com 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Para 2018, a inflação estimada é de 4,5%.

A piora na avaliação deste ano ocorre após a prévia da inflação avançar 0,45% em agosto, ante 0,54% no mês anterior. Alimentos continuam pressionando os preços neste ano, mas em ritmo inferior ao verificado em julho.

No ano, a prévia da inflação acumula alta de 5,66%, bem abaixo dos 7,36% do mesmo período de 2015. No acumulado de 12 meses, a alta é de 8,95%.

A expectativa para a taxa de juros no Brasil foi mantida em 13,75% neste ano e passou de 11% para 11,25% em 2017, segundo o Focus.

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