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O futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, informou nesta segunda-feira (2) que a autoridade monetária não vai segurar o dólar “no peito” e que a alteração é um dos pilares da matriz econômica. O dólar chegou a marca de R$ 6,06 nesta segunda.
“É uma discussão que às vezes vai surgir, de que o país tem US$ 370 bilhões de reservas, por que não segura [o câmbio] no peito? Quem está no mercado e está assistindo sabe que não é assim que funciona”, disse Galípolo durante um evento organizado pela XP.
Segundo Galípolo, “o câmbio flutuante como a gente está vendo é um dos pilares da nossa matriz econômica, essencial para que a gente possa passar por momentos como esse que a gente está vendo agora”. “Ele está cumprindo o seu papel muito bem e a gente segue só fazendo atuação em casos de desfuncionalidade”, declarou.
Galípolo também afirmou que a discussão se a meta de inflação de 3% é realista, “não é um tema para o diretor do Banco Central, que segue a meta”. Para ele, o tema “é uma página virada.” No entanto, o boletim semanal do BC aponta que o IPCA deste ano deve fechar em 4,71%, 0,08 ponto percentual acima do previsto há uma semana.
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Política monetária restritiva
Em relação a política monetária, o futuro presidente do BC destacou que a autarquia pode adotar uma política "mais contracionista", o que indica que a taxa de juros ficará em um patamar elevado por mais tempo. Porém, ele evitou dar muito detalhes de como a sua gestão vai tratar do assunto.
"A gente não vau dar nenhum guidance agora, às vésperas do Copom, sobre o que a gente vai fazer na próximas reuniões. Agora, neste momento, não vamos comunicar nada neste sentido", disse.
A última reunião do Copom será realizada nos dias 10 e 11 de dezembro, com operadores especulando sobre se as autoridades optarão por elevar a Selic. Atualmente, a taxa está em 11,25% ao ano, em 0,50 ou 0,75 ponto percentual.