O Conselho Monetário Nacional (CMN) e a diretoria do Banco Central decidiram elevar a alíquota do depósito compulsório (recursos que têm de ser mantidos na autoridade monetária) sobre depósitos à vista de 8% para 12% e, também, sobre depósitos a prazo, que passou de 15% para 20%., informou nesta sexta-feira (3) o presidente da instituição, Henrique Meirelles. As alterações dos compulsórios valem a partir da próxima segunda-feira (6).]
Com a medida, o governo está retirando R$ 61 bilhões em da economia brasileira - recursos que não poderão ser mais utilizados pelos bancos para empréstimos a empresas e pessoas físicas.
Meirelles afirmou que a medida visa evitar o surgimento de "bolhas" no mercado de crédito e, também, de riscos para o sistema financeiro. "A crise financeira também mostrou que há uma correlação entre condições excessivas de liquidez do sistema financeiro no curto prazo e solvência no médio prazo", acrescentou ele.
Ao enxugar os recursos existentes para empréstimos das instituições financeiras, o BC contribui para pressionar para cima os juros bancários e isso pode ser uma alternativa à uma subida maior da taxa básica de juros da economia brasileira, atualmente em 10,75% ao ano.
A expectativa do mercado financeiro, neste momento, é de que os juros básicos subam 1,5 ponto percentual em 2011, para 12,25% ao ano. O aumento dos compulsórios, e da taxa básica de juros, são formas de o Banco Central tentar conter o crescimento da inflação. Nas últimas semanas, o mercado financeiro tem subido consistentemente a sua previsão de inflação para este ano, que já está em 5,72%, e também para 2011 (5,20%). Ambas acima da meta central de 4,5%, mas dentro do intervalo de tolerância de dois pontos percentuais (entre 2,5% e 6,5%).
"As condições atuais justificam a recomposição das alíquotas dos compulsórios aos níveis pré-crise. Portanto, a diretoria do BC decidiu elevar os recolhimentos das alíquotas dos depósitos a vista e a prazo", informou o presidente da instituição, Henrique Meirelles. Segundo ele, o recolhimento total vai ficar em R$ 10 bilhões acima do que prevalecia antes da crise financeira internacional. "Isso é função da expansão real dos depósitos nesse período", explicou ele.
O presidente do BC confirmou que a definição dos juros, e a política de compulsório da instituição, são "canais complementares". Isso não quer dizer, porém, que a autoridade monetária deixará de fazer eventuais aumentos de juros que julgar necessários - mas sim que pode ter de fazer um movimento menor de elevação.
"As medidas têm reflexo na questão macroeconômica. Quando você diminui a quantidade de recursos na mão do sistema financeiro, pode haver uma tendência, é muito difícil dizer certamente haverá, mas a lógica diz que poderá haver aumento de juro bancário", declarou Aldo Mendes, diretor de Política Monetária do Banco Central.
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