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Sistema financeiro

Banco do Brasil compra o Patagonia

São Paulo e Buenos Aires - O Banco do Brasil fechou a compra do controle do Banco Patagonia, da Argentina, por US$ 479,6 milhões (cerca de R$ 839 milhões). A instituição é a sexta maior do país vizinho, com ativos de US$ 2,56 bilhões.

O pagamento por 51% do capital social do banco argentino será feito em parcelas, sendo 5% do total depositado no momento da assinatura do contrato e 35% após a transferência das ações para o BB. Outras quatro parcelas serão pagas nos próximos dois anos.

A aprovação da compra está sujeita ao crivo do Banco Central da República Argentina, do Banco Central brasileiro, além da avaliação em Assembleia de Acionistas do BB. A diretoria do Banco do Brasil afirma que chegou a esse preço tendo em vista "as perspectivas de rentabilidade futura e o fluxo de caixa descontado do Banco Patagonia, devidamente ajustados pela conjuntura econômica atual".

Ainda segundo o BB, ambos os bancos "possuem características complementares": o Patagonia é um banco de varejo, com presença em todas as províncias da Argentina. A estratégia por trás da aquisição é ampliar a parceria entre empresas brasileiras e argentinas, expandindo a carteira de crédito do banco argentino (hoje em US$ 1,1 bilhão).

Tudo indica que os executivos do BB ocuparão um edifício que pertencia ao HSBC, localizado também no centro portenho, na Avenida de Maio esquina com a Rua Chacabuco, comprado pelo Patagonia em 2009 por US$ 20 milhões. Com 733 mil clientes, o Patagonia possui uma rede de 155 pontos de atendimento em todo o território nacional. A instituição atende 26 mil microempresas, 10 mil pequenas e mais de 4 mil entre médias e grandes companhias.

De acordo com dados do Banco Central, existem 4.065 filiais bancárias em todo o território argentino e apenas 10.700 caixas eletrônicos. Levantamento realizado pela KPMG revela que o nível de "bancarização" da Argentina é um dos mais baixos da região. Os argentinos desconfiam do sistema financeiro por causa das políticas de confiscos e fortes desvalorizações da moeda, como em 2001 e 2002. Dados do BC mostram que, enquanto as reservas atingem pouco menos de US$ 48 bilhões, os argentinos possuem mais de US$ 140 bilhões depositados no exterior.

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