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O Banco do Brasil liberou US$ 1,444 bilhão em créditos para exportação em outubro, mês em que a crise atingiu seu ponto mais agudo e em que as linhas externas de financiamento ao comércio exterior secaram. Foi o maior volume mensal do ano, segundo informou à Agência Estado o diretor de Comércio Exterior do BB, Nilo Panazzolo.

Segundo ele, o volume emprestado no mês passado fez com que a instituição federal tenha ficado, no período, com algo entre 40% e 45% do mercado de financiamento ao comércio exterior. Ou seja, o banco federal ocupou pelo menos parte do espaço deixado pelo setor privado e avançou como maior financiador do segmento.

"Isto ratifica a posição do banco, que tem um compromisso forte de ser o apoiador do comércio exterior brasileiro, independente de crise ou não", afirmou Panazzolo. Segundo ele, o volume de financiamentos de outubro foi viabilizado em grande medida pelos dólares emprestados pelo Banco Central no dia 20, no primeiro leilão de moeda estrangeira vinculado à aplicação em comércio exterior.

Na ocasião, o BC emprestou US$ 1,6 bilhão a quatro bancos e, embora o BB não confirme qual foi o valor tomado, o mercado estima que o banco federal levou sozinho perto de US$ 1 bilhão.

Sem dizer qual foi o valor exato, Panazzolo informou que o BB já emprestou nas últimas duas semanas cerca de 90% do total captado junto ao BC no dia 20. "Até sexta-feira deveremos ter emprestado 100% dos recursos captados com o BC."

Panazzolo informou que, de janeiro a outubro, o BB já emprestou, via Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) e Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE), cerca de US$ 11 bilhões. E, segundo ele, a estimativa é de fechar o ano com saldo em torno de US$ 13,5 bilhões e US$ 14 bilhões.

O diretor do BB informou ainda que os empréstimos no âmbito do Proex, outro programa de financiamento ao comércio exterior, o banco emprestou R$ 950 milhões até outubro. O orçamento do ano é de R$ 1,3 bilhão e ele acredita que será atingido. "Temos condições de aplicar este valor (os R$ 350 milhões restantes). Com esta escassez de linhas de crédito, o Proex se tornou interessante", afirmou.

Panazzolo acredita que as linhas externas de crédito só devem se normalizar no ano que vem. No plano interno, se o BC continuar ofertando recursos para o comércio exterior, o mercado pode se normalizar antes disso. "Com a entrada do BC, disponibilizando linha de crédito em dólares, o mercado melhorou bastante", afirmou.

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