O Banco do Japão revelou nesta terça-feira um pacote de 3 trilhões de ienes (US$ 32 bilhões) em novas medidas para tentar aliviar o acentuado aperto das linhas de financiamento para as empresas no país, provocado pela crise global de crédito.
O banco central japonês, que decidiu durante sua reunião de emergência manter a taxa básica de juro em 0,3%, disse que aceitará como colateral uma ampla gama de dívidas corporativas e lançará um novo esquema para facilitar os empréstimos de bancos para companhias.
"Essas medidas, sozinhas, não podem determinar o formato da economia, mas elas terão um efeito de melhoria nas finanças corporativas, que pioraram", afirmou o presidente do BC, Masaaki Shirakawa, durante entrevista coletiva.
A ação do Banco do Japão foi anunciada depois da divulgação de uma pesquisa da Reuters que mostrou que a confiança do setor manufatureiro teve a queda mais acentuada já registrada, o que aumentou o cenário negativo que cerca uma economia já em recessão. O dado também aumentou o debate sobre novos cortes da taxa de juro.
A partir de janeiro, o Banco do Japão lançará um novo esquema sob o qual emprestará fundos, sem limite, para instituições financeiras cobrando a taxa de juro do overnight e aceitando dívidas corporativas como colateral.
O BC japonês, que até então aceitava apenas dívidas corporativas com alta classificação de risco - A ou mais alta -como colateral em suas operações, também disse que passará a aceitar títulos com classificação mais baixa - BBB - a partir de 9 de dezembro, o que pode aumentar o volume de bônus corporativos detidos pelo BC como colateral para algo próximo de 2 trilhões de ienes.
Com isso, as novas medidas elevam para 5,5 trilhões de ienes (59 bilhões de dólares) o montante de recursos que o BC japonês já se comprometeu a financiar programas deste tipo.
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