Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
greve

Banco e sindicato brigam na Justiça por uso de helicóptero

Funcionários do HSBC desembarcam no heliponto do Centro Administrativo do Xaxim, em Curitiba: logística de transporte exigia cerca de 50 voos por dia para levar e trazer os trabalhadores até a sede do banco | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Funcionários do HSBC desembarcam no heliponto do Centro Administrativo do Xaxim, em Curitiba: logística de transporte exigia cerca de 50 voos por dia para levar e trazer os trabalhadores até a sede do banco (Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo)

Com as conversas rompidas na mesa de negociações e o futuro da greve ainda indefinido, a disputa entre o Sindicato dos Bancários e as instituições financeiras transformou-se em uma guerra de liminares que, ontem, praticamente inverteu a logística de acesso dos funcionários do HSBC ao Centro Administrativo do Xaxim, em Curitiba. Uma liminar proíbe o banco de usar helicópteros para transportar os trabalhadores; outra impede os grevistas de bloquear o acesso por terra ao prédio.A primeira liminar foi obtida pelo Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, contra o procedimento que o HSBC vinha usando para furar o bloqueio dos grevistas. A decisão da 16.ª Vara da Justiça do Trabalho, expedida na tarde de ontem, considerou os transtornos à população decorrentes do excesso de voos e o risco à segurança dos funcionários do banco em função dos relatos de disparos de fogos de artifício em direção às aeronaves (leia mais nesta página). Logo depois, o HSBC obteve no mesmo tribunal um interdito proibitório, instrumento jurídico que impede a realização dos piquetes na frente das agências da rede. Na prática, com o acesso por terra liberado, o banco deixa de ter a necessidade de contratar os helicópteros.

Suspensão

Ao acolher o pedido do sindicato contra o uso dos helicópteros, o juiz considerou no seu despacho que o transporte aéreo "não é procedimento adotado normalmente" e determinou a suspensão dos voos até que o HSBC comprove o preenchimento de todas as condições legais de segurança, sob pena de aplicação de multa de R$ 50 mil por voo. Como o número de voos vinha se mantendo na média de 50 por dia, o descumprimento da decisão poderia custar até R$ 2,5 milhões por dia ao banco.

Neste ano, a empresa contratada para fazer o transporte dos funcionários do HSBC foi a Helisul Taxi Aéreo, que colocou cinco helicópteros com capacidade entre 5 e 7 passageiros cada, o que demanda cerca de 50 voos diários entre o heliporto do Parque Barigui – ponto de concentração dos funcionários – e o heliponto do banco no Xaxim. O banco paga à empresa cerca de R$ 4,5 mil por hora de voo, com a média de uso de 10 horas de operação por aeronave, segundo um funcionário da Helisul. Por meio de sua assessoria de imprensa, o HSBC afirma que por uma "questão de contingência", não pode confirmar as informações relativas ao custo das operações e número de funcionários transportados.

Tanto o HSBC quanto o Sindicato dos Bancários alegaram, no fim da tarde de ontem, ainda não terem sido notificados oficialmente sobre as liminares que suspendem o uso de helicópteros e impedem os piquetes. O banco afirmou ainda que irá comprovar que cumpriu todas as exigências impostas pelas autoridades responsáveis pela aviação civil do país.

Bradesco

Ainda ontem, o sindicato conseguiu uma liminar em mandado de segurança derrubando o interdito proibitório para as agências do Bradesco de Curitiba e região. No seu despacho, o desembargador do trabalho Dirceu Pinto Junior considerou que a concessão do interdito ao Bradesco "implica evidente restrição ao direito de greve".

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.