| Foto: Tim Wimborne/Reuters

Sydney e Pequim - A economia global está se dirigindo para uma "nova zona de perigo" que requer forte ação política se a meta é restaurar a confiança, afirmou ontem o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick. O executivo disse que a compra de títulos das nações afetadas pela crise da zona do euro irá apenas resolver problemas de liquidez de curto prazo.

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Zoellick realçou a necessidade dos líderes de aprovarem reformas estruturais e medidas para aumentar a produtividade e o livre comércio para que o crescimento global retorne. "Nós estamos entrando em uma nova zona de perigo", disse Zoellick a repórteres em Sydney, na Austrália. "Seria importante que os principais atores econômicos tomassem decisões para restaurar a confiança tanto no curto como no longo prazo", afirmou.

China

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Sobre a China, Zoellick disse que é provável que os resultados recentes da inflação influenciem os legisladores chineses para que o yuan seja valorizado e, dessa forma, seja possível combater as pressões sobre os preços. Ele disse que uma taxa de inflação na China de até 9% criaria grandes problemas para o governo do país.

Também ontem, em sua primeira aparição pública como o novo embaixador norte-americano na China, Gary Locke reassegurou aos chineses que seus ativos em dólar estão seguros e que Washington está empenhado em "colocar a questão fiscal em ordem". O novo embaixador também pediu que China e Estados Unidos unam suas forças para resolver alguns dos problemas mais graves do mundo. "Nós notamos que nos últimos dias mais pessoas estão comprando títulos do Tesouro norte-americano", disse ele, afirmando que isso é uma indicação que os investimentos nos EUA são seguros e que a economia, embora enfrente desafios, mas ainda é forte.

A China é o principal credor estrangeiro norte-americano e a mídia estatal chinesa tem acusado Washington de imprudência fiscal desde que a Standard & Poor’s reduziu seu grau de crédito de longo prazo. No último dia 5, a agência de classificação de risco rebaixou a nota da dívida americana de AAA para AA+ pela primeira vez desde 1917. A mudança ocorreu logo depois de um mês de negociações estressantes com o Congresso para elevação do teto da dívida do país. Com a aprovação do aumento, de US$ 14,3 trilhões, em US$ 2,4 trilhões, em troca de gastos, o país evitou a moratória.