O relatório do Banco Mundial sobre as implicações para o Brasil de uma China em transformação recomenda redução das tarifas e barreiras não tarifárias entre os dois países. Segundo o documento, divulgado nesta segunda-feira (14), Brasil e China impõem barreiras mais elevadas sobre os produtos em que o outro tem vantagem comparativa. Elas e a escalada tarifária afetam a capacidade de o Brasil diversificar as exportações de maior valor agregado para a China. Ao apresentar o estudo, o conselheiro econômico do Banco Mundial Jorge Araújo disse que há ineficiências no intercâmbio em razão da política comercial. Segundo ele, o ambiente não é favorável à integração dos dois países.
O diretor de Estudos e Relações Econômicas e Públicas internacionais do Ipea, Renato Baumann, disse que os países que formam o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) fizeram um levantamento das barreiras tarifárias enfrentadas dentro do bloco e devem apresentá-lo aos ministros econômicos durante o encontro de cúpula do Brics, que começou hoje em Fortaleza. "Isso deveria ser o início do processo negociador: quais produtos têm vantagens comparativas, mas enfrentam barreiras nos Brics", disse, durante a apresentação do relatório.
O conselheiro econômico do Banco Mundial também sugeriu que o Brasil melhore o ambiente para investimento externo. Segundo o economista, embora o Brasil tenha uma política liberal para Investimento Estrangeiro Direto (IED), o estabelecimento de uma subsidiária estrangeira no País ainda é bastante oneroso.
O relatório também conclui que há uma assimetria no comércio bilateral. As exportações do Brasil para China têm um nível de concentração bastante alto. Por outro lado, as importações da China são bastante diversificadas e permeiam a economia brasileira como um todo.